Chapa é um exemplo de mudanças significativas no seio de uma corporação regida por um sistema militar.
Há um ditado popular que afirma “na política, tudo pode acontecer”.
Verdade ou não, talvez somente a política seja capaz de fazer com que
um soldado seja ‘superior’ a um coronel, uma lógica totalmente
inconcebível no militarismo.
É que na cidade de Patos (PB), o soldado Silvano [à esquerda] é
candidato a prefeito pelo PSOL, e o coronel Lino, do seu lado, é o vice.
Uma chapa puro sangue militar que está dando o que falar nos batalhões.
Isso porque, noutros tempos, a chapa deveria ter sido lançada em
posições inversas, pois na cabeça retrógada de alguns “alta patente”
jamais um subalterno deveria ter posição de destaque no pleito. Como os
tempos são outros, o jogo virou. E o coronel Lino dá uma demonstração de
maturidade e espírito coletivo, ao ratificar a [maior] aceitação do
soldado.
Deixando de lado os trocadilhos, a candidatura mostra um alinhamento
raramente visto na corporação policial militar. Silvano é tido como uma
liderança na PM no interior do estado, sendo, talvez, a maior voz que
expressa acerca de temas ‘delicados’ na corporação, como a
desmilitarização da PM, por exemplo.
Postura como essa é pouco (ou quase nunca) acatada por grande parte dos
oficiais, o que, ao que parece, não é o caso do coronel Lino. Que já
conhece o perfil do seu companheiro e mesmo assim o acompanha nesta
eleição.
Caso venham a ser vitoriosos, não chegaremos ao ponto de ver um coronel
bater continência para um soldado. Seria um exagero inconcebível e
absolutamente desnecessário. Porém, o homem da caneta é o prefeito.
Afinal, não há hierarquia mais poderosa do que a consagrada pelo voto
popular.
Obs: Por determinação da Justiça Eleitoral, não poderemos autorizar
comentários referentes a esta matéria. Qualquer manifestação pode ser
encaminhada a nosso email - pbemqap@gmail.com
Fonte: Paraíba em QAP
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