Brasília, 29 de junho de 2012
CONSIDERANDO as reportagens do jornal
Folha de São Paulo e do programa de televisão Jornal Nacional acerca da
votação do Projeto de Lei 2295/2000 pela Câmara dos Deputados na
quarta-feira, 27 de junho de 2012;
CONSIDERANDO que a reportagem apresentou
números incompatíveis com os estudos realizados pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e o
Ministério da Saúde, através da Nota Técnica nº 22/2012/DESID/SE/MS, de
24 de abril de 2012, o Conselho Federal de Enfermagem informa o que
segue:
O impacto financeiro total da
implantação da jornada de trabalho de 30 horas semanais para
Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem
corresponde, segundo o estudo do DIEESE, a R$3,7bilhões. Estudos do
Ministério da Saúde apresentam impactos ainda menores se a redução for
gradativa, chegando a R$ 331 milhões. Ambos os estudos são baseados em
dados oficiais da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do
Ministério do Trabalho e Emprego.
O Conselho Federal de Enfermagem
considera, ainda, que a enfermagem, através de suas entidades
representativas, esteve aberta ao diálogo e à negociação, durante 12
anos, através de instrumentos democráticos - que não foram considerados
pelo governo durante a votação do PL 2295/2000. Foram utilizados números
inverossímeis para persuadir a base aliada e a opinião pública.
Considera-se ainda que a regulamentação
da jornada de trabalho em 30hs/semanais irá garantir melhor qualidade da
assistência aos pacientes e usuários e melhor qualidade de vida dos
profissionais, que atuam em situação de extremo stress. Além disso, em
situação de crise econômica internacional, a contratação de novos
profissionais será fundamental para manter a economia aquecida e
garantir o sustento de milhares de famílias brasileiras.
Dessa forma, o Conselho Federal de
Enfermagem não reconhece os números apresentados nas referidas
reportagens, que estão em desacordo com a maioria dos estudos sobre o
assunto apresentados pelas instituições governamentais e
não-governamentais. A publicidade do impacto de R$ 7 bilhões, conforme
noticiado, denigre a causa pela qual 1,8 milhão de profissionais de
enfermagem tem lutado durante mais de doze anos.
MARCIA CRISTINA KREMPEL
COREN-PR Nº 14118
Presidente
COREN-PR Nº 14118
Presidente
Fonte: Cofen/Coren-SE
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