terça-feira, 20 de agosto de 2013

Policiais e bombeiros fazem protesto pela votação da PEC 300

Proposta estabelece um piso salarial para a categoria. Grupo promete boicotar Copa e eleições em 2014 sem aprovação do texto

Policiais e bombeiros invadem plenário da casa em protesto a PEC 300

Um grupo de policiais invadiu o plenário da Câmara dos Deputados por volta das 18h desta terça-feira. Eles querem que seja votada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 300, projeto que iguala o piso salarial de agentes de segurança (policiais e bombeiros) em todo o país. Quando o grupo invadiu o plenário, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) assumiu a presidência da sessão, para pedir calma e respeito aos manifestantes. Cerca de 20 minutos depois, eles foram retirados do plenário pelos seguranças da Casa.

O grupo se manifesta desde o começo da tarde na Câmara, e já havia ocupado o Salão Verde, que dá acesso ao plenário. Eles foram recebidos pelo presidente da Câmara mais cedo, que afirmou que a questão deve ser analisada com o governo, por causa dos impactos fiscais. A promessa é que será criado um grupo de trabalho para discutir a questão, até o dia 16 de setembro.

Segundo os seguranças da Câmara, cerca de 300 policiais participam do protesto no Salão Verde. Eles estendem faixas e bandeiras de seus estados de origem. Tinha até bandeira de time de futebol no meio: do Fluminense.

— Atenção, escravos, viemos pedir nossa libertação. Não aguentamos mais salário de fome — afirmou João Rodrigues da Silva, representante dos bombeiros e PMs do Rio, ao fazer um discurso no Salão Verde.

O subtenente da Polícia Militar de São Paulo Clóvis de Oliveira, que se apresenta como o "idealizador" da PEC 300, diz que se a proposta não for aprovada, os policiais irão boicotar não só a Copa de 2014 como as eleições presidenciais.

— Não é só sem PEC, sem Copa não. É sem PEC, sem eleição também. Não vai haver policial tomando conta de urna ano que vem. Vai ser boicote geral. Quero ver. O governo nos joga contra a opinião pública, diz que se der o reajuste o custo anual será de R$ 42 bilhões. É mentira. Será de R$ 12,6 bilhões — disse Clóvis de Oliveira.

Durante o protesto, dezenas de manifestantes, a maior parte do Corpo de Bombeiros, cercaram o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que chegou a bater boca com alguns deles.

— Olha aí, hein, deputado, ano que vem tem eleição. Quero só ver — disse um dos manifestantes.

— Não estou preocupado com isso — respondeu Arlindo Chinaglia, no meio da confusão.

O líder do governo disse a um deles que não sabe quem garantiu a eles que a proposta seria aprovada. Conforme caminhava, aumentava o contingente de manifestantes à sua volta. Um deles exibia, atrás do petista, uma máscara de Carnaval com a cara do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, relator do mensalão.

Em coro, a turma começou a gritar e provocar Chinaglia:

— Mensalão, mensalão, mensalão!

Na avaliação do líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), não há mais como adiar a votação. A PEC foi aprovada em primeiro turno.

A mobilização pela PEC 300 vem incomodando o governo desde 2010. Se aprovada, a medida traria um impacto bilionário nas contas dos governos dos estados. O texto original prevê a fixação na Constituição de um piso provisório de 3,5 mil para PMs e R$ 7 mil para oficiais e estabelecia que uma lei federal irá criar, em definitivo, o piso salarial nacional para essas categorias. 

Fonte: O Globo

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