Mesmo em um domingo e com pouco tempo de divulgação, militares compareceram em massa à assembleia
Reunidos em mais uma assembleia geral neste domingo, 14, policiais e bombeiros militares decidiram em conjunto que darão um voto de confiança ao Comandante Geral da Polícia Militar, coronel José Carlos Pedroso Asumpção. A decisão foi tomada em razão do apelo do Comandante Geral, que esteve durante a semana com o governador e conseguiu reabrir a negociação sobre a situação salarial dos militares, e também devido à participação efetiva do senador Antônio Carlos Valadares e do deputado federal Jackson Barreto no processo de negociação. Além disso os militares consideraram também o apelo da sociedade, que em poucos dias começou a sentir os efeitos da precariedade no policiamento ostensivo
Mesmo com apenas vinte e quatro horas de intervalo entre a convocação dos militares e a realização da assembleia, a mobilização da classe foi grande e centenas de pessoas compareceram à Rua Boquim, em frente à Associação Beneficente dos Militares, para ouvir os representantes das associações. O capitão Samuel foi o porta-voz das entidades e de forma objetiva explicou à classe a situação. Ele informou que numa reunião ocorrida no sábado, 13, o senador Valadares e o deputado Jackson Barreto prometeram se empenhar para ter uma conversa com o governador Marcelo Déda até a segunda-feira. Para a surpresa de todos, a conversa já teria ocorrido ainda no sábado, e dela surgiram novas esperanças de uma solução definitiva para o impasse entre o governo e a categoria.
Samuel falou da necessidade de a tropa fortalecer o Comandante Geral, coronel Pedroso, para que as negociações pudéssem evoluir, e disse que esse fortalecimento passava por um voto de confiança de todos, tanto no comandante, quanto nos representantes das associações da classe. Alguns militares demonstraram uma certa desconfiança, diante de tantas enganações que antes ocorreram, mas ao final todos se convenceram e optaram por ouvir e atender o apelo das entidades.
Foi proposto à classe pelas entidades que o que fosse solicitado pelo Comandante Geral à tropa na formatura geral a ser realizada na segunda-feira, 15, fosse acatado por todos. "É provável que o nosso comandante solicite que a tropa retorne ao trabalho. Mesmo com a situação dos cursos, nossa proposta é que todos retornem e que façamos o nosso melhor nas ruas. É um voto de confiança que peço a vocês, tanto para nós quanto para o Comandante Geral. Vamos garantir o São João da sociedade. Se mesmo assim ninguém resolver o problema, ninguém também poderá nos cobrar mais nada", disse o capitão Samuel.
Militares aprovam voto de confiança ao Comando e às Associações Unidas
De braços erguidos a classe aprovou a decisão de depositar no coronel Pedroso a confiança da tropa, mas manteve a posição de não voltar às delegacias no interior. Para os PM's, se a Polícia Civil teve contingente para fazer o policiamento ostensivo no lugar dos militares, também deve ter efetivo para tomar conta das delegacias. Com relação ao curso especializado que os militares não possuem, a explicação das lideranças do movimento é que o bem social foi posto acima do bem jurídico. No entanto, como não há obrigatoriedade legal para a realização dos cursos, os militares garantem que só o farão depois de resolvida a questão salarial.
Na próxima sexta-feira, 19, a categoria se reune em nova assembleia geral marcada para às 15:00 h no Colégio Militar de Sergipe. Até lá eles prometem trabalhar normalmente, e esperam que surjam propostas concretas que sejam apresentadas à classe. A depender do rumo das negociações durante a semana, novas decisões poderão ser tomadas pela categoria no dia 19.
Classe continua mobilizada em prol de melhores salários
Abaixo, mais fotos da assembleia geral. Cortesia da ABSMSE.
Capitão Samuel fala aos militares
Centenas de pessoas, entre militares, amigos e familiares, acompanham atentamente a assembleia
Capitão Samuel concedendo entrevista à TV Sergipe
Sargento Vieira, cabo Palmeira e sargento Araújo, representantes das Associações Unidas, demonstram a união da classe
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