quinta-feira, 11 de junho de 2009

Em nova assembleia, militares decidem manter movimento reivindicatório

Unidos e decididos, militares tomam a Rua Boquim e realizam nova assembleia


Solidários ao capitão Samuel, eles seguem em carreata até o HPM para visitar o colega, que é um dos líderes da classe

Mesmo doente Samuel ainda encontra forças para incentivar colegas


Os policiais e bombeiros militares de Sergipe estiveram novamente reunidos em assembleia geral na manhã desta quinta-feira, 11. Foi a segunda assembleia só esta semana. Na segunda-feira, 8, eles decidiram no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe que trabalhariam estritamente dentro do que prevê a lei, a exemplo dos motoristas que, sem a CNH em dia e sem os cursos específicos exigidos por lei, decidiram não mais conduzir os veículos da PM.

Hoje pela manhã, mesmo com o indicativo de que o governador Marcelo Déda iniciará uma nova negociação com o Comandante da PM, coronel Pedroso, os militares decidiram manter a decisão de só trabalhar dentro do que for previsto em lei. O sentimento dos militares é de desconfiança, e todos acreditam que o aceno do governo é apenas mais uma estratégia de desmobilização por conta da visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que acontece neste sexta-feira, 12, em Sergipe.

"Nós confiamos no nosso comandante, mas não confiamos mais no governador", declarou o sargento Edgar, das Associações Unidas, externando um sentimento comum a todos, uma vez que em outras oportunidades o governo conseguiu evitar atos programados pelos militares sob a promessa de negociar, sendo que em nenhuma das vezes as negociações avançaram, e pior, sempre houve uma ação dura do governo como resposta às concessões da classe. "Já estamos vacinados, não caímos mais nessa conversa mole do 'Príncipe'. Só recuamos se houver algo de concreto", disse um militar que preferiu não se identificar.

Durante a assembleia lideranças do movimento receberam a informação de que os bombeiros que trabalham no aeroporto Santa Maria teriam aderido ao movimento, o que poderá provocar até mesmo a impossibilidade de operação do aeroporto de Aracaju. A expectativa é de que no interior a adesão ao movimento também aumente, com a saída dos policiais militares das delegacias, onde estes exercem funções inerentes à Polícia Civil.

Solidariedade

Após o encerramento da assembleia, os militares saíram em carreata da Rua Boquim, no Centro de Aracaju, até o Hospital da Polícia Militar (HPM), para visitarem o capitão Samuel Alves Barreto, um dos líderes do movimento, que se encontra internado desde a última terça-feira, quando passou mal subitamente e sofreu um desmaio. A princípio houve a suspeita de um pré-infarto, que pode ter sido causado pelo elevado nível de estresse a que estão submetidos não só o capitão Samuel, mas também outras lideranças do movimento.

Mesmo sem estar de alta, Samuel foi autorizado a ir até a frente do HPM, onde centenas de militares o receberam sob aplausos. Visivelmente emocionado, Samuel falou aos militares e agradeceu o apoio de todos. Ele criticou o fato de nenhuma autoridade do alto escalão da SSP e da própria PM ter ido visitá-lo até então. "Eles não estão ligando pra nada. Os meus verdadeiros amigos são estes companheiros que vieram me visitar e é a eles que eu devo satisfação", disse demonstrando uma certa mágoa.

Samuel parabenizou todos os militares pela demonstração de união da classe e disse que o recado que tinha que dar era o que tinha dito pelo rádio, referindo-se a uma entrevista concedida na mesma manhã à Rádio Jornal AM. Ele exortou os companheiros a manter o equilíbrio e a postura, a se manterem dentro da legalidade e a só cederem mediante uma proposta concreta do governo do Estado.

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