domingo, 2 de agosto de 2009

Direitos e concessões: qual o nosso limite?


Por Anderson Araújo - Presidente da Asprase

No último dia 31 de julho, a TV Sergipe exibiu no jornal SE TV 2ª Edição, matéria que denunciava o abuso de um policial militar de folga, que queria fazer valer para a sua acompanhante o direito ao passe livre concedido exclusivamente ao militar.

As imagens mostram o momento exato em que o policial militar, irritado com a negativa do cobrador do ônibus em conceder à sua acompanhante o direito da gratuidade, saca a sua arma para intimidar o cobrador, causando temor em todos os passageiros.

O fato lamentável atenta não só contra a imagem da Polícia Militar, mas também de todos os seus integrantes, uma vez que é comum as pessoas generalizarem esse tipo de comportamento, rotulando toda a classe com base no comportamento de uma minoria, o que é uma injustiça.

A Asprase não coaduna com práticas dessa natureza, mas acredita que de todo mal pode se extrair algo de bom. O acontecimento mostrado pela imprensa serve para nos fazer refletir não só sobre o caso específico, mas também sobre tantas outras práticas que infelizmente ainda são comuns entre alguns integrantes da nossa classe.

É preciso nos conscientizarmos que temos um papel extremamente importante no meio da sociedade. Não somos somente defensores do povo e guardiões das leis, somos também educadores e formadores de opinião. Influenciamos as pessoas com nosso comportamento, e se ele estiver errado, certamente estaremos transmitindo uma mensagem equivocada à sociedade.

Apesar de vivermos em um país onde impera a corrupção, tão enraizada não só no meio político, mas também entres as próprias pessoas no seu dia-a-dia, precisamos dar um exemplo de correção para podermos cobrar do cidadão comum o cumprimento da lei.

O passe livre, por exemplo, é uma concessão feita apenas ao policial militar, e todos têm consciência disso. Se o cobrador ou o motorista dão suas caronas, o erro é deles. Quanto a nós, temos que ser exemplo para a sociedade e contribuir para a mudança de comportamento de todos.

Talvez não interesse para a sociedade e para o próprio governo ter policiais capacitados, conhecedores e acima de tudo cumpridores da lei, pois policiais assim podem se tornar um incômodo ou até mesmo um risco para algumas pessoas. No entanto, esse é o nosso papel, cumprir e fazer cumprir a lei, indistintamente. Que todos possam refletir sobre isso.

Abaixo o link para assistir à matéria da TV Sergipe:

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