Terceiro bairro em volume de população, perdendo apenas para a Farolândia e o Santa Maria, o bairro São Conrado conta atualmente com 27. 280 habitantes, segundo a última pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com informações de populares, o bairro hoje conta com uma série de problemáticas que envolvem a violência, a falta de segurança, falta de saneamento e calçamento, insuficiência de unidades escolares e de saúde.
“Sabemos que a insegurança é um dos fatores que mais assustam os moradores do bairro, já que por muitas vezes fomos consideradas umas das zonas de maior comercialização de drogas. Mas aqui também mora muita gente trabalhadora, que acorda cedo, trabalha o dia inteiro e cumpre com suas obrigações como cidadão. Temos infinitas reclamações sobre a falta de estruturação do bairro, já que a grande parte dele está localizada às margens do rio Poxim e cortado pela avenida Heráclito Rollembergue, onde o trânsito apresenta um dos maiores fluxos da capital já que é o elo de ligação entre o Centro e a zona sul”, explica José Antônio de Jesus, aposentado, morador do bairro há 14 anos.
Para a família de Margarida dos Santos, de 58 anos, moradora do São Conrado há 13 anos, o local continua conflituoso, apesar de já ter passado por um grande processo de melhorias. “Já presenciei de tudo aqui, desde assaltos, tiroteios e grande movimentação em torno do comércio de drogas, que sempre ficamos sabendo de casos, mas por segurança preferimos fingir que não existe. Uma das nossas maiores preocupações é o grande movimento nas avenidas que cortam o bairro. Sabemos que tem faixas de pedestres, sinalização educativa para os motoristas, mas muitos deles não respeitam as leis de trânsito. Não tem uma semana que não sejam registrados casos de atropelamentos ou acidentes envolvendo o desrespeito aos pedestres que moram na região e precisam fazer a travessia de um lado para o outro do bairro”, revela.
Surgimento
Durante a década de 60, no local existiam apenas sítios que beiravam o rio Poxim. Pescadores oriundos de várias regiões do Estado passaram a desenvolver atividades nas margens do rio e começaram a povoar a localidade, já que viam possibilidades de prosperidade na região. No princípio, a comunicação era apenas com o auxílio de canoas. De acordo com o historiador Luis Antônio Barreto, a área começou a ser desapropriada e passou a ser uma das áreas periféricas da capital.
“O bairro São Conrado começou a existir como um tipo de ocupação que denominamos subnormal, onde a falta de acesso predominava por conta da inexistência de uma ponte para fazer a travessia pelo Rio Poxim. Consequentemente, com a chegada da construção civil no local, e o início da intensificação da ocupação com a implantação das indústrias e fábricas, sendo denominado posteriormente de Distrito Industrial de Aracaju (DIA), a região passou a ser gradativamente povoada”, disse.
Para Vera França, professora de Geografia aposentada da Universidade Federal de Sergipe, em comparação a outras áreas da capital sergipana, o bairro não é tido como uma área totalmente problemática. “Existe um comércio extenso em toda a via que margeia o bairro, por isso sempre vemos problemas dessa natureza na região. Sabemos que ali é um assentamento precário e que a ocupação se deu de forma desordenada. Mas acredito que diante de bairros como o Santa Maria que em grande parte não tem os mínimos requisitos básicos de moradia, por exemplo, o São Conrado já possua sua vantagens”, afirma.
Ainda segundo a professora, um dos principais motivos para boas expectativas foi a construção do bairro vizinho, denominado Orlando Dantas. “Por ser um bairro considerado denso, o São Conrado viu suas melhores expectativas com a pavimentação do vizinho Orlando Dantas, que trouxe na ocasião um dimensionamento do local, valorizando seus terrenos e proporcionando o surgimento de maiores e melhores estruturas como delegacia, escolas, postos de saúde e todo aparato primordial aos ocupantes da região”, concluiu.
Fonte: Jornal da Cidade
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