Já faz muito tempo que nós, policiais e bombeiros militares sergipanos, discutimos sobre a necessidade de fazer com que a nossa classe esteja representada no cenário político do nosso Estado. E não foram poucas as tentativas de alguns de nossos colegas de conquistar a confiança e o voto da classe em várias eleições passadas.
Pergunta-se então o que faltou para que algum destes postulantes a cargos eletivos obtivesse êxito? Será que o problema estava nas pessoas que colocaram seus nomes à disposição ou na imaturidade política da nossa classe? Ou quem sabe tenha havido um misto desses dois fatores? O fato é que até hoje os militares de Sergipe, ao contrário dos colegas de alguns outros Estados, ainda não conseguiram conquistar a tão sonhada representação política da classe.
No entanto, ressurgiu em 2009 a esperança de transformar esse sonho em realidade. Através de uma grande e organizada mobilização, capitaneada pelas Associações Unidas, os policiais e bombeiros militares de Sergipe se uniram e foram em busca de dignidade salarial.
Ações bem orquestradas e que contaram com o apoio maciço da classe, levaram a PM e os Bombeiros de Sergipe a uma conquista salarial que, se ainda não era a desejada, colocou os sergipanos em posição de destaque no cenário nacional. O reajuste salarial concedido pelo governo do Estado ao final de quase seis meses de mobilização, pressões e negociações, fez com que Sergipe se tornasse referência para outros Estados.
Agora em 2010, chegou a hora de despertarmos também para a necessidade de enfim conquistarmos a nossa representatividade política. A luta travada em 2009 com o Governo do Estado e a luta que hoje se trava em Brasília pela aprovação do nosso piso salarial nacional, mostram claramente o quanto é necessário para nós, militares, termos legítimos representantes da nossa classe no cenário político local e nacional.
Do mesmo modo que nos unimos em prol de melhoria salarial, precisamos nos unir também para eleger nossos representantes. Hoje não há mais espaço para conversas do tipo: “não voto em um militar porque ele vai ficar ‘rico’ e eu vou ficar na mesma”, ou ainda, “não voto em um militar porque sei que ele não vai ganhar mesmo”. Chega de egoísmos e pessimismos!
Já que temos que votar, por que não votar em um companheiro, em vez de votar em um estranho? Por que votar em alguém que depois das eleições nem irá mais olhar pra você e nem vai lhe reconhecer quando você for ao seu gabinete? Por que não tentar eleger um colega de farda, um companheiro de profissão?
Imagine que se um companheiro seu for eleito, você terá toda a legitimidade para bater na porta do seu gabinete e lhe cobrar ações em defesa da classe. “Mas e se esse companheiro não corresponder?”, alguém pode perguntar. É simples, nunca mais dê seu voto a ele, mas nunca perca a esperança de que alguém melhor que ele irá surgir para nos representar.
Precisamos “confiar no nosso taco”, ter otimismo e depositar nossa confiança em pessoas nas quais acreditamos. Não podemos nos render à crença de que não vamos eleger ninguém. Ao contrário, devemos crer que, assim como outras categorias se fizeram representar, também nós temos o poder e a consciência necessária para garantir para a nossa categoria uma cadeira na Assembleia Legislativa, e quiçá até na Câmara Federal, onde carecemos de vozes que nos defendam com legitimidade e conhecimento de causa.
A hora da decisão se aproxima. Avalie os candidatos que colocarão seu nome à prova. Analise seu histórico, quais as suas ações em defesa da classe, ouça suas palavras e observe suas atitudes. Perceba se há coerência entre o falar e o agir, e ao final faça sua escolha.
Mas lembre-se que não podemos mais pulverizar nossos votos. Precisamos concentrar nossos esforços, nosso trabalho, nosso apoio, em pessoas nas quais acreditemos que poderão realmente representar com dignidade a nossa classe. Somente assim conseguiremos eleger nossos representantes para que possamos continuar escrevendo páginas inéditas na história das nossas Corporações, da nossa classe e do nosso Estado.
Avante camaradas! Unidos ombro a ombro, rumo a novos horizontes e a novas conquistas.
Anderson Araújo – 1º Sgt PM
Presidente da Asprase
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