domingo, 9 de maio de 2010

PROERD: O Caminho da Prevenção


“Existe um Programa que vai lhe ajudar,
Existe um amigo que vai lhe ensinar…”
Trecho da Canção do PROERD

O PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência) foi criado em Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1983 com o nome de DARE (Drug Abuse Resistance Education) ou DARE América, através de uma parceria entre o Distrito Escolar Unificado e o Departamento de Polícia daquela cidade, para ser implantado nas escolas. O principal objetivo do programa é prevenir o uso indevido de drogas entre crianças e adolescentes em idade escolar.

No Brasil, o programa iniciou-se pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) em 1992, a qual tinha interesse em desenvolver um projeto de prevenção relacionado aos diversos aspectos das drogas. Surgiu então a denominação de PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas). Em seguida, no ano de 1993 o programa foi recepcionado pela Polícia Militar de São Paulo (PMESP) e passou a se chamar “Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência”, porém mantendo a sigla PROERD. Daí em diante, o PROERD se multiplicou e hoje está em todas as Polícias Militares do nosso país.

É um programa de caráter social preventivo, posto em prática pelas Polícias Militares, junto aos alunos do 5º ano que encontram-se na faixa etária de 09 a 12 anos de idade e dos adolescentes do 7º ano, na faixa etária de 12 a 14 anos de idade. O programa é aplicado nas escolas da rede de ensino público e privado, através do esforço cooperativo entre Polícia Militar, Escola e família, oferecendo atividades educacionais em sala de aula, que inserem nas crianças e adolescentes, a necessidade de desenvolver as suas potencialidades, ajudando a preparar cidadãos conscientes dos malefícios das drogas, e menos propensos aos efeitos da violência.

A preparação inicial de um instrutor PROERD, é realizada em um curso de 80 (oitenta) horas, formatado por psicólogos, pedagogos, assistentes sociais e outros profissionais, capacitando o policial militar para uma atuação pedagógica com bases científicas, podendo acontecer cursos de atualização, conforme a necessidade. A atuação do policial militar no espaço educativo, exercendo o papel de educador social, permite a quebra de paradigmas e preconceitos, ampliando as possibilidades de diálogo com a comunidade, através da participação em reuniões de pais e mestres e outras, envolvendo, não só a comunidade escolar, mas toda a comunidade do entorno da escola.

Como instrutor do PROERD, e através da vivência cotidiana das salas de aulas, o que se constata é a inserção, cada vez mais prematura, de crianças e adolescentes no uso de substâncias alucinógenas, com sérios danos físicos, psicológicos e sociais. Percebe-se assim, a importância desse caminho preventivo, que necessita ser dinamizado e aprofundado, possibilitando resultados substanciais ante a escalada da violência e da criminalidade relacionada com o submundo das drogas.

Na busca do atendimento de sua missão constitucional, identificada com o aspecto da prevenção, a Polícia Militar, tem em seu leque de possibilidades, a prevenção primária e educativa do PROERD, reconhecida por varias instituições de estudo e ONG’s ligadas a temática das drogas, como principal e efetivo programa de caráter preventivo.

É preciso, entretanto, maior investimento na formação de policiais militares intrutores do PROERD, e a ampliação deste programa por parte das instituições policiais. Um bom exemplo é o da Polícia Militar do Rio Grande do Norte que criou dentro de suas estruturas a Companhia Independente de Prevenção ao Uso de Drogas (Cipred), sendo a primeira entre as policias militares do Brasil a dar um passo nesta direção.

Os desafios relacionados à problemática das drogas em nossa sociedade contemporânea são imensos e carecem de uma conjugação de forças sociais, notadamente as que formam a trilogia proerdiana: Polícia, Família e Escola, para que se possa pensar em alternativas educativas, preventivas e de redução de danos, caminhos que foram esquecidos ou relagados a segundo plano pelos vários níveis de governo. Parece que com o caos a que chegamos, despertamos para ouvir os ecos das vozes de nossos avós, na singeleza da lição de que “é melhor prevenir do que remediar”.

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