A eficiência de códigos de ética, tanto no serviço público como em empresas privadas, depende de agentes independentes para verificar seu cumprimento. Essa é a opinião do professor do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB), Nelson Gomes, que falou, nesta quinta-feira (28), sobre ética no trabalho em evento comemorativo ao mês do servidor, desenvolvido em conjunto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
Na avaliação do professor Gomes, que é doutor em Filosofia pela Universidade de Munique, o código de ética de uma instituição deve ser conhecido pelos servidores por ele regidos, bem como pela sociedade. Assim, observou, as decisões com relação a sua aplicação não serão corporativas. A verificação do comportamento ético, para ele, deve ser feita por alguém que não faça parte da corporação.
- Ser avaliado pelos seus pares significa dizer que ninguém é avaliado. Os códigos de ética acabam se tornando códigos corporativos, que, em vez de proteger a sociedade, protegem a categoria - opinou.
Tal agente independente, opinou, deve ter acesso tudo que for importante no em relação ao código - documentos e permissão para conversar com todas as pessoas da instituição. Ele disse que em todo ambiente humano há conflitos e a Casa tem direito de julgá-los. Gomes observou ainda não ser independência uma tradição no Brasil.
O professor disse que o comportamento social é fundamentado num conjunto de princípios e valores, reforçados pela religião, pelo Direito e pela Filosofia. Ao transmitirem ensinamentos sobre como devem se comportar, as instituições religiosas passam valores e normas a seus seguidores. Em sociedades complexas, o Direito cumpre a função, no âmbito do Estado, de regular normas e valores.
Já as normas éticas, do ponto de vista filosófico, como não são codificadas, não possuem natureza "reclamável", explicou Nelson Gomes. A instituição de códigos de ética, observou, é uma tentativa de normatizar a ética pelo Direito. Para os filósofos, contou, um das acepções de ética é o cumprimento de promessas.
Nilton Gomes disse que um código de ética pode ser um conjunto de normas jurídicas e profissionais com caráter de lei ou ainda apenas se tratar de um contrato de trabalho. Para ele, tais documentos não devem exigir apenas o cumprimento de regras legais, mas também devem ser abordados de modo "bom, justo e correto". Em sua opinião, há interesse genuíno em construir códigos eficazes.
Ao abrir o evento, a diretora de recursos humanos, Doris Marize Romariz Peixoto, disse que apenas o rigor da lei não responderá aos anseios por uma administração mais transparente. Ela observou que as grandes questões éticas estão relacionadas aos interesses público e privado. Certos atos não configuram falta legal, observou a diretora, mas podem ser considerados desvio ético.
Assim, ela defendeu regras de comportamento claras, bem como o desenvolvimento de estratégias específicas.
Também participaram do evento a diretora adjunta da Diretoria-Geral do Senado, Andrea Valente, e a presidente em exercício da Comissão Especial do Código de Conduta, Maria Teresinha Nunes.
Fonte: Agência Senado
Na avaliação do professor Gomes, que é doutor em Filosofia pela Universidade de Munique, o código de ética de uma instituição deve ser conhecido pelos servidores por ele regidos, bem como pela sociedade. Assim, observou, as decisões com relação a sua aplicação não serão corporativas. A verificação do comportamento ético, para ele, deve ser feita por alguém que não faça parte da corporação.
- Ser avaliado pelos seus pares significa dizer que ninguém é avaliado. Os códigos de ética acabam se tornando códigos corporativos, que, em vez de proteger a sociedade, protegem a categoria - opinou.
Tal agente independente, opinou, deve ter acesso tudo que for importante no em relação ao código - documentos e permissão para conversar com todas as pessoas da instituição. Ele disse que em todo ambiente humano há conflitos e a Casa tem direito de julgá-los. Gomes observou ainda não ser independência uma tradição no Brasil.
O professor disse que o comportamento social é fundamentado num conjunto de princípios e valores, reforçados pela religião, pelo Direito e pela Filosofia. Ao transmitirem ensinamentos sobre como devem se comportar, as instituições religiosas passam valores e normas a seus seguidores. Em sociedades complexas, o Direito cumpre a função, no âmbito do Estado, de regular normas e valores.
Já as normas éticas, do ponto de vista filosófico, como não são codificadas, não possuem natureza "reclamável", explicou Nelson Gomes. A instituição de códigos de ética, observou, é uma tentativa de normatizar a ética pelo Direito. Para os filósofos, contou, um das acepções de ética é o cumprimento de promessas.
Nilton Gomes disse que um código de ética pode ser um conjunto de normas jurídicas e profissionais com caráter de lei ou ainda apenas se tratar de um contrato de trabalho. Para ele, tais documentos não devem exigir apenas o cumprimento de regras legais, mas também devem ser abordados de modo "bom, justo e correto". Em sua opinião, há interesse genuíno em construir códigos eficazes.
Ao abrir o evento, a diretora de recursos humanos, Doris Marize Romariz Peixoto, disse que apenas o rigor da lei não responderá aos anseios por uma administração mais transparente. Ela observou que as grandes questões éticas estão relacionadas aos interesses público e privado. Certos atos não configuram falta legal, observou a diretora, mas podem ser considerados desvio ético.
Assim, ela defendeu regras de comportamento claras, bem como o desenvolvimento de estratégias específicas.
Também participaram do evento a diretora adjunta da Diretoria-Geral do Senado, Andrea Valente, e a presidente em exercício da Comissão Especial do Código de Conduta, Maria Teresinha Nunes.
Fonte: Agência Senado
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