Campanha global 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres critica uso de medo e agressões para a resolução de litígios
Combater o militarismo, estrutura que cria uma cultura de medo e abrange o uso da violência para a resolução de litígios. É com esse objetivo que o Centro de Liderança Global da Mulher, dos Estados Unidos, dá início, nesta quinta-feira, à 20ª edição da campanha mundial 16 dias de ativismo pelo fim da violência contras mulheres
Assim como ocorre desde 1991, a iniciativa é realizada entre 25 de novembro, Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a fim de estabelecer um link simbólico de combate à violência de gênero e destacar que esse tipo de ato é uma violação dos direitos humanos.
O período, que registra mobilização de aproximadamente 3.400 organizações de 164 países, abrange outras datas significativas, incluindo 29 de novembro, Dia Internacional da Defesa dos Direitos Humanos da Mulher; 1º de dezembro, Dia Mundial da Luta Contra a Aids; e 6 de dezembro, que marca o Massacre de Montreal - quando, em 1989, um aluno entrou armado em uma universidade e matou 14 estudantes.
Entre os eventos previstos para o Brasil estão um ato solene da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Salvador, que contará com a presença da ministra da SPM (Superintendência de Políticas para as Mulheres), Nilcéa Freire, um seminário em Brasília sobre a Lei Maria da Penha, e uma semana de eventos em defesa do combate à violência doméstica, em Londrina (PR).
Sob o tema “Estruturas da Violência: Definindo as intersecções do Militarismo e da Violência Contra as Mulheres”, a edição 2010 foca em um tema que não se restringe às zonas de guerra e nem se limita à esfera pública.
Segundo dados da ONU, uma em cada três mulheres no mundo já foi espancada, coagida sexualmente ou vítima de algum tipo de abuso. Além disso, mulheres e meninas que vivem em países afetados por conflitos armados sofrem o risco de serem estupradas enquanto vão buscar água. Mas mesmo os lugares que não estão experimentando diretamente um embate não estão isentos do militarismo: pode-se enviar tropas, produzir e vender armas e investir em militares de governos estrangeiros em vez de apoiar esforços de desenvolvimento.
A discussão ao longo dos 16 dias da campanha global vai tratar de assuntos como a função das mulheres em negociações de paz, diplomacia e cargos decisórios; o papel das armas de pequeno porte na violência doméstica; o abusos de direitos sexuais e reprodutivos em situações de conflito e nas Forças Armadas; e os gastos militares do governo em comparação com investimentos em programas sociais.
De acordo com os organizadores, as estratégias para reverter essa situação incluem deixar de lado formas de masculinidade privilegiada, trazer mais mulheres para a vida pública e criar um mundo construído em relações autênticas de confiança e cooperação.
Sobre a campanha
A iniciativa 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres foi criada pelo Centro para a Liderança Global das Mulheres e é apoiada pelo PNUD e por outras agências da ONU, como o UNIFEM (Fundo das Nações Unidas para a Mulher), o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde).
Fonte: ONU
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