quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Enquanto a PM não deixa as delegacias...

Por pura falta de vontade e talvez de pulso, a Polícia Militar de Sergipe continua mantendo seus policiais em delegacias em vários municípios do interior do Estado. Tomar conta de presos não é sequer função dos policiais civis, imagine então dos policiais militares. No entanto, sob a velha alegação de insuficiência de efetivo, os PMs continuam dando "apoio" nas delegacias do interior.
 
Mas esse "apoio", às vezes, pode custar caro. É o que está acontecendo agora no município de Pedrinhas, localizado na região Centro-Sul do estado. Após a morte de um detento dentro das instalações da delegacia da cidade, fato que está sob investigação do Ministério Público Estadual através da promotora Joelma Soares, a delegada Viviane Pessoa tratou mais que rapidamente de tirar o corpo fora e atribuir a culpa aos policiais militares, que segundo a delegada são os responsáveis pelas delegacias nos finais de semana. A declaração da delegada foi dada em entrevista a uma emissora de TV local.
 
Segundo informações, Hosano de Jesus Santos, 39, morreu dentro de uma cela da delegacia de Pedrinhas. No momento do ocorrido, apenas um policial militar estaria no local.
 
Para o presidente da Asprase, sargento Anderson Araújo, tal problema poderia ter sido evitado se os policiais militares estivessem cumprindo o seu papel constitucional, que é realizar o policiamento ostensivo e preventivo, e não ficar em delegacias fazendo a custódia de presos. "Enquanto a população do interior sergipano clama por segurança, os PMs que deveriam estar realizando patrulhamento e abordagens estão confinados nas delegacias, tomando conta de presos e impossibilitados de garantir a segurança dos cidadãos", reclamou Araújo.

Araújo mencionou ainda um outro problema que afeta a segurança pública no estado: "Enquanto a população do estado cresce, o efetivo da PM decresce. São militares transferidos para a Reserva Remunerada (aposentados), militares que morrem em serviço ou fora dele, além dos que deixam a PM em busca de outras oportunidades. Junte a isso a grande quantidade de PMs em desvio de função e está criada uma situação que contribui significativamente para a ineficiência e ineficácia dos serviços prestados pela instituição. É preciso que o governo tome uma atitude urgentemente", avisa o militar.
 
O presidente da Asprase informou que estará encaminhando ofício ao Comando Geral da PMSE solicitando que a corporação não ceda seus militares para atuar em delegacias, mas que os empregue naquela que é a sua missão constitucional, que é garantir a paz e a ordem pública através do policiamento ostensivo.

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