O comandante da Polícia Militar, coronel Aelson Resende Rocha, confirmou ontem que cerca de 410 atestados médicos foram apresentados por policiais militares de folga - ou mesmo a serviço - que se recusaram a trabalhar no esquema de segurança do Pré-Caju 2012. O número é bem maior que o anteriormente divulgado pela direção do Hospital da Polícia Militar (HPM), de 140, e fez o comando acionar o Ministério Público Militar para acompanhar a apuração destes atestados, concedidos em sua maioria para militares que doaram sangue nos dias da prévia carnavalesca para ganhar o direito à folga garantida pela lei.
Colocamos médicos tanto no Pré-Caju como também no Hospital para atender a cada caso de atestado. No entanto, o grande excesso de atestados médicos apresentados para o médico que estava para o atendimento tornou-o impossível. Está sendo formada uma junta - e a PGE (Procuradoria Geral do Estado) está nos auxiliando - para que cada caso seja apurado, até porque temos a obrigação de prestar uma satisfação à sociedade e mostrar a verdade de cada caso, disse Resende, em entrevista ao telejornal SETV 1ª edição, da TV Sergipe.
O coronel explicou ainda que pediu acompanhamento do caso ao Ministério Público não só pela quantidade dos atestados como também por estar a poucos dias de um grande evento que necessitava da Polícia Militar, sendo esta convocada para tal. A junta médica será composta por médicos do HPM, que devem analisar os atestados e as guias de requisição distribuídas anteontem aos militares, para que sejam preenchidas e entregues aos comandantes de cada unidade da corporação, a quem cabe autorizar ou não a validação destes atestados.
A doação de sangue em massa dos militares foi realizada para aderir ao boicote convocado pelas Associações Militares Unidas em protesto contra o governo estadual. Pela lei vigente, um servidor público que doa sangue e apresenta atestado comprovando a doação tem direito a gozar um dia de folga. No entanto, de acordo com o HPM, há militares que pediram três dias de licença médica. A estratégia forçou o comando da PM a adotar um Plano B para garantir o esquema de segurança do Pré-Caju, convocando 600 PM´s cedidos a órgãos públicos estaduais e remanejando equipes do interior do estado. No entanto, segundo fontes policiais, mais de 500 militares faltaram ao serviço em cada dia do evento.
Fonte: Jornal do Dia
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