Enquanto a mídia enaltece as virtudes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) instaladas em áreas de maior concentração de violência no Rio de Janeiro, muita gente ainda desconfia do projeto, temendo a migração do crime para outras áreas e o controle autoritário da polícia sobre as camadas pobres.
O sociólogo Luiz Antonio Machado da Silva, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), acredita que o sucesso da iniciativa pode reverter parcialmente a brutalidade que caracteriza as tentativas de manutenção da ordem pública por forças policiais, desde que o debate em torno dela seja qualificado e extensivo a todas as partes envolvidas e os agentes policiais tenham uma boa formação.
“A instalação de UPPs pode causar a migração do crime para outros lugares. Não quero assumir uma atitude cínica, mas creio que mesmo o mero afastamento do crime violento para regiões menos visíveis socialmente e mais longe da grande mídia pode ser um fator positivo para desanuviar o ambiente e favorecer uma discussão mais serena sobre as políticas de manutenção da ordem pública, de modo a incluir as camadas populares neste debate”, afirma macahdo.
O professor afirma que a instalação dos batalhões pode levar a um desafogo nas relações sociais, tanto nas próprias comunidades quanto na cidade como um todo já que, atualmente, o medo dificulta o debate sobre os problemas públicos. “O medo tem sido um péssimo conselheiro: vêem-se ameaças potenciais à integridade física e patrimonial por todo o canto e em todas as interações. Isso gera uma espiral de demandas por mais repressão”, explica.
Para Machado, o projeto das UPPs têm pontos positivos e frágeis. Uma das vantagens das polícias pacificadoras seria a mudança da cultura policial. “Mas isso vai depender do sucesso na formação dos novos policiais que estão sendo incorporados para atuar nas UPPs”, aposta.
Ele acrescenta que também existem riscos como o controle da intimidade das pessoas nas localidades onde estão instaladas as UPPs, o que já estaria gerando muitos atritos entre os policiais e os moradores. “Aí está uma dificuldade crucial no processo de estabilização do programa das UPPs, que será decisiva para as intenções de enraizamento delas na vida local, um dos pontos centrais de sua filosofia, inspirada na chamada polícia de proximidade”, atesta o pesquisador.
Fonte: Comunidade Segura
O sociólogo Luiz Antonio Machado da Silva, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), acredita que o sucesso da iniciativa pode reverter parcialmente a brutalidade que caracteriza as tentativas de manutenção da ordem pública por forças policiais, desde que o debate em torno dela seja qualificado e extensivo a todas as partes envolvidas e os agentes policiais tenham uma boa formação.
“A instalação de UPPs pode causar a migração do crime para outros lugares. Não quero assumir uma atitude cínica, mas creio que mesmo o mero afastamento do crime violento para regiões menos visíveis socialmente e mais longe da grande mídia pode ser um fator positivo para desanuviar o ambiente e favorecer uma discussão mais serena sobre as políticas de manutenção da ordem pública, de modo a incluir as camadas populares neste debate”, afirma macahdo.
O professor afirma que a instalação dos batalhões pode levar a um desafogo nas relações sociais, tanto nas próprias comunidades quanto na cidade como um todo já que, atualmente, o medo dificulta o debate sobre os problemas públicos. “O medo tem sido um péssimo conselheiro: vêem-se ameaças potenciais à integridade física e patrimonial por todo o canto e em todas as interações. Isso gera uma espiral de demandas por mais repressão”, explica.
Para Machado, o projeto das UPPs têm pontos positivos e frágeis. Uma das vantagens das polícias pacificadoras seria a mudança da cultura policial. “Mas isso vai depender do sucesso na formação dos novos policiais que estão sendo incorporados para atuar nas UPPs”, aposta.
Ele acrescenta que também existem riscos como o controle da intimidade das pessoas nas localidades onde estão instaladas as UPPs, o que já estaria gerando muitos atritos entre os policiais e os moradores. “Aí está uma dificuldade crucial no processo de estabilização do programa das UPPs, que será decisiva para as intenções de enraizamento delas na vida local, um dos pontos centrais de sua filosofia, inspirada na chamada polícia de proximidade”, atesta o pesquisador.
Fonte: Comunidade Segura
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