A participação de policiais civis e militares como candidatos disparou
em Estados onde essas categorias promoveram greves e paralisações nos
últimos dois anos. O número de agentes das forças públicas de segurança
que tentarão se eleger prefeitos ou vereadores aumentou em mais de 50%
na Bahia, no Amapá, na Paraíba e no Maranhão, em relação ao pleito de
2008. Esses Estados registraram sérios distúrbios por causa de
reivindicações salariais de policiais.
O efetivo total dos candidatos de farda ou distintivo no País soma
4.634 homens e mulheres, crescimento de 16% em relação aos 3.995
policiais candidatos em 2008. Sua bandeira principal é a pressão pela
aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 300, que estabelece piso
salarial nacional para a categoria. Mas, como prefeitos ou vereadores,
os militares só poderão fazer pressão política, pois cabe ao Congresso
Nacional a deliberação sobre o assunto.
Palco da mais violenta greve policial registrada recentemente, a
Bahia teve crescimento de 55% na participação de candidatos que se
apresentam como integrantes das forças de segurança. Em 2008, 245
policiais disputaram a eleição. Neste ano, são 379. O crescimento
universal de postulantes no Estado foi de 24%. No Maranhão, a
participação de candidatos policiais aumentou 58% - de 89 em 2008 para
141 este ano. Ali também houve uma greve policial entre o fim de
novembro e início de dezembro. O número geral de candidatos nas cidades
do Maranhão aumentou 21%.
O aumento mais expressivo do número de policiais nas eleições foi no
Amapá. Eram 20 candidatos há quatro anos. Agora, são 37, ou 85% a mais. A
quantidade total de candidaturas no Estado aumentou 30%. A PM local
ameaçou greve em fevereiro, mas foi contida com reajustes de até 100% em
alguns benefícios, como o auxílio-fardamento.
Nos maiores colégios eleitorais do País, a participação de policiais
na eleição não teve crescimento expressivo. Em São Paulo, com o maior
número absoluto de candidatos, serão 636 tentando se eleger, 10% a mais
comparado a 2008. Minas Gerais, que enfrentou violentas manifestações
policiais nos anos 1990, saiu de 515 para 528 policiais candidatos -
quase 3% a mais.
Embora tenha havido um crescimento expressivo no número absoluto
de policiais nesta eleição, a participação relativa desses candidatos
diminuiu em relação a 2008. Há quatro anos, o efetivo policial
representava 1,094% das candidaturas. Este ano, a proporção caiu para
0,997%, pois o número total de postulantes também disparou no País, de
365.292 em 2008 para 464.973 este ano - ou 27% a mais.
Milícia
Embora não tenha apresentado aumento significativo no número de
policiais no pleito deste ano - cerca de 8% -, o Rio é o Estado que tem a
maior proporção de candidatos de farda. Os 456 postulantes são 2% das
21.143 candidaturas. O temor de que parte esteja envolvida com grupos de
milícia que atuam em comunidades carentes do Estado fez com que a
força-tarefa capitaneada pelo Tribunal Regional Eleitoral resolvesse,
semana passada, monitorar essas candidaturas. O grupo tem também
representantes da Secretaria de Segurança, do Ministério Público, da
Polícia Federal e das Forças Armadas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Fonte: Portal Ig
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