segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Assembléia dos militares deflagra campanha salarial 2009

O auditório do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe foi palco nesta quinta-feira, 29, de um momento marcante para a classe dos policiais e bombeiros militares de Sergipe. A categoria, reunida em assembléia geral, lotou a galeria do Instituto, a ponto de dezenas de militares terem sido obrigados a esperar o fim da reunião do lado de fora do prédio.

Na reunião foi ratificada a tabela salarial votada em 20 de novembro de 2008 e acrescentados dois pontos na pauta de negociação com o governo, a definição da carga horária dos militares e a exigência de nível superior para ingresso na corporação, sendo exigida a formação em qualquer área para praças e bacharelado em direito para oficiais. Os líderes da categoria explicaram também o que é a operação Tolerância Zero, que terá por objetivo mostrar à sociedade a imortância dos servidores militares e a situação em que eles se encontram, respeitando sempre os princípios legais.


Centenas de militares compareceram à assembléia, atendendo a convocação das associações unidas. Vestidos com coletes vermelhos, eles ouviram a palavra dos presidentes e gestores das associações e expressaram também as suas opiniões. Os militares, que tinham perdido o apoio do Sinpol, ganharam o apoio da Federação dos Conselhos de Segurança de Sergipe (FECONSEG/SE), presidida pela Sra. Maria Edvan Carmo, e do presidente do Sepuma, Nivaldo Fernandes, que também estiveram presentes no ato.


Após as deliberações, policiais e bombeiros decidiram por sair em passeata pelas ruas do Centro da capital. A essa altura, a concentração de pessoas na rua Itabaianinha esperando o fim da assembléia era tão grande que o trânsito precisou ser desviado pela CPTran. Os militares saíram caminhando pela rua Itabaianinha, entoando a Canção da Polícia Militar. Eles percorreram ainda a rua Geru e o calçadão da rua João Pessoa, que ficou tomado do início ao fim por um "mar vermelho". Ao final, já na praça Fausto Cardoso, eles cantaram o Hino Nacional, acenando com os coletes, como se fossem bandeiras, lembrando as grandes torcidas organizadas vistas nos clássicos de futebol. Estima-se que cerca de dois mil policiais tenham participado da caminhada.


Para o presidente da Associação de Praças Militares de Sergipe, sargento Anderson Araújo, o comparecimento em massa da categoria foi uma demonstração de confiança dos militares nos seus representantes. Ele lembrou que as associações vinham sendo acusadas de serem culpadas da atual situação por não terem feito uma boa negociação no ano passado, mas afirmou que os erros cometidos foram assumidos perante a classe na assembléia de novembro, e essa humildade das lideranças em assumir esses erros foi preponderante para que a categoria desse um voto de confiança aos seus líderes. "Tentaram jogar a classe contra as associações, mas a categoria está amadurecendo e não caiu nessa armadilha. Esta caminhada é a maior prova de que estamos mais unidos do que nunca", disse Araújo.


Os militares lutam pela equiparação salarial com os policiais civis, pois entendem que não é correto tratar servidores de uma mesma secretaria de maneira tão desigual. "Todos fazemos segurança pública, não há razão pra tanta distinção com servidores que atuam na mesma área. E vou além, nossa função é prevenir o crime, não deixar que ele ocorra. Portanto, o que é mais importante para a sociedade, evitar um homicídio ou descobrir sua autoria?", questiona o sargento Araújo.


Na próxima terça feira, dia 03, haverá uma reunião entre as associações e o Secretário de Segurança Pública, Kércio Pinto. Prevista inicialmente para acontecer até o dia 10, a reunião foi antecipada por iniciativa do próprio secretário. Na pauta do encontro estarão a proposta de aumento salarial dos militares, a definição da carga horária e o nível superior. Após o encontro os representantes das associações definirão os próximos passos da mobilização.

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