quinta-feira, 26 de março de 2009

Policiais e bombeiros militares realizam novo protesto pelas ruas de Aracaju


Insatisfeitos com os rumos da negociação com o governo e com a ausência de uma contra-proposta em resposta às reivindicações da categoria, policiais e bombeiros militares se reuniaram em assembléia geral na tarde desta quinta-feira, 26, na sede do Cotinguiba Esporte Clube, onde discutiram o resultado das reuniões com o secretário Kércio Pinto e definiram uma agenda de mobilização.

As lideranças do movimento transmitiram à categoria as informações sobre o que tinha sido debatido nas reuniões. Segundo eles, no quesito carga horária a SSP já tinha se posicionado pela adoção de 40 horas semanais, contra 30 horas propostas pela classe. Em relação ao nível superior o secretário foi taxativo, dizendo que não concordava com a exigência do nível superior para todos, mas apenas para os oficiais. Já na discussão sobre salário, que era a mais aguardada, a negociação emperrou, uma vez que desde o dia 03 de fevereiro, quando as Associações Unidas apresentaram a proposta a Kércio Pinto, até a presente data, nenhuma contra-proposta foi apresentada pelo governo.

Em razão da indiferença do governo, os líderes da categoria decidiram no último dia 23, durante a última reunião com o Secretário da Segurança Pública e os Comandantes da PM e do Corpo de bombeiros, manter a proposta inicial aprovada em assembléia. A decisão foi apresentada aos militares com todas as justificativas, e foi proposta pelas associações a aprovação de um calendário de mobilizações que se iniciou logo após a assembléia e se estenderá durante todo o mês de abril. A classe não hesitou em aprovar o calendário de atos públicos.

O movimento ganhou o apoio dos rodoviários, além da adesão de mais Conselhos de Segurança e Associações de Bairros. Conta também com o apoio da Associação Nacional de Praças (ANASPRA), que enviaria como representante para o ato desta tarde, além do próprio sargento Araújo, o ex-soldado Marco Prisco, da Polícia Militar da Bahia, excluído de sua corporação em razão das lutas em defesa da classe. Prisco, porém, ficou impossibilitado de comparecer.

Após o fim da assembléia, os militares saíram mais uma vez em caminhada pelas ruas da cidade, ao som da Canção da Polícia Militar. Desta vez eles tomaram uma das vias da Av. Ivo do Prado, seguiram pela Av. Barão de Maruim e rua Santa Luzia, até chegarem em frente à SSP, onde permaneceram por alguns minutos até encerrarem o movimento. Os militares gritavam palavras de ordem e pediam a presença do secretário Kércio Pinto, que permaneceu em seu gabinete. Os representantes das Associações Unidas estimam que cerca de 3.000 militares tenham participado do movimento, que continua crescendo e se fortalecendo.

Sobre o calendário de atos públicos os representantes disseram que será o termômetro através do qual irão sentir a temperatura da tropa. "Esses atos servirão para mostrar o quanto a classe está disposta a lutar por seus interesses. Iremos até o limite dos nossos sacrifícios para não sacrificar a sociedade, mas cabe também ao governo se posicionar de forma clara e decidida para solucionar o problema. Se não houver solução, só Deus sabe o que poderá acontecer", declarou o sargento Araújo, presidente da Asprase. O próximo ato da classe está previsto para o dia 30/03, segunda-feira, quando os militares pretendem lotar a Assembléia Legislativa para cobrar a implantação da Comissão de Segurança Pública.


Segue abaixo o Calendário de Mobilização dos policiais e bombeiros militares:


26/03 – QUI – Caminhada do Cotinguiba até a SSP (ato já realizado após a Assembléia Geral)
30/03 – SEG – 14:00 h – Ato na Assembléia Legislativa para cobrar a implantação da Comissão de Segurança pública na ALESE

02/04 – QUI – 08:00 h – Ato em frente ao Palácio de Despachos (Av. Adélia Franco)

08/04 – QUA – 08:00 h – Ato: Doação voluntária de sangue no HEMOLACEN

11/04 – SÁB – 21:00 h – Ato: Queima do Judas (Vamos queimar o nosso soldo) – Local: Passarela do Caranguejo, na Orla de Atalaia – Concentração no estacionamento em frente ao Bar Coqueiral

Obs: Levar cópia do contra-cheque e uma vela (se possível levar recipiente para proteger a vela do vento)

16/04 – QUI – 08:00 h – Ato: Vigília em frente ao Palácio de Despachos por 24 horas

23/04 – QUI – Horário e local a definir – Assembléia Geral para avaliação do movimento e das negociações, e deliberação sobre um possível acampamento por prazo indeterminado

A partir da Assembléia do dia 23, serão definidos os novos rumos do movimento.

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