terça-feira, 21 de abril de 2009

Governo divulga tabela da PM para tentar conquistar a sociedade

Associações vão responder com entrevista coletiva
Militares podem ser presos

No último final de semana o Governo do Estado investiu alto para tentar recuperar o apoio da sociedade, no que tange ao movimento reivindicatório dos servidores militares de Sergipe. Através de diversos veículos de comunicação e de panfletagens nas ruas e terminais, o governo tenta passar para o povo sergipano uma imagem equivocada acerca da remuneração destes servidores, o que aliás tem sido uma constante desde que o movimento começou a causar certos incomodos.

A tabela divulgada pelo governo nao condiz plenamente com a verdade, tendo em vista que considera a remuneração dos policiais e bombeiros militares em fim de carreira, ou seja , com o número máximo de triênios, o que não é o caso da maioria. Um outro erro grave está no salário dos soldados não engajados, que segundo a tabela é de R$ 1.570, 36. Ocorre que para chegar a esse valor, estes soldados precisariam ter dois triênios. Pasmem, soldado não engajado não tem triênio, portanto a informação é falsa.

Outro equívoco cometido pelo governo foi extraído de matéria divulgada no blog do jornalista Cláudio Nunes. O texto que tem por objetivo mostrar que o atual governo tem valorizado os servidores militares diz: "Segundo levantamentos feitos no início de 2007 pelas secretarias de Estado da Segurança Pública (SSP), de Administração (Sead) e de Fazenda (Sefaz), havia casos em que um cabo tinha dez triênios e superava o salário final de um sargento com somente seis triênios, enquanto recrutas em treinamento ganhavam mais que um militar mais experiente, dentro do mesmo quadro". Essa estória de dez triênios também já foi reproduzida na Assembléia Legislativa pelo deputado Francisco Gualberto. Agora um detalhe, na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros o máximo que um servidor pode atingir é oito triênios, ou seja, no mínimo o governo demonstra com isso que está mal informado sobre a situação dos militares.

Muitas das informações divulgadas pelo governo são verdadeiras e os próprios representantes das associações da classe militar admitem que houve avanços no governo Déda, no que concerne à remuneração da categoria e a investimentos em materiais. Porém, o grande problema para eles é o tratamento desigual dispensado aos servidores no âmbito da Segurança Pública, em especial quando se compara as Polícias Civil e Militar. Para os militares é inadmissível que servidores de uma mesma área de atuação sejam tratado de maneira tão diferenciada. "Não se concebe que um policial militar trabalhe, por exemplo, em uma delegacia do interior, tenha que fazer o seu serviço e o serviço da Polícia Civil, e seja tratado de forma tão diferente. Enquanto eles (PC) têm carga horária definida e salários elevados, nós trabalhamos por nós e por eles, e ainda temos que nos contentar com um salário muito inferior", analisou o sargento Araújo, da Asprase.

Para os representantes das associações o governo deveria não só mostrar o que ganha a Polícia Militar, mas divulgar também a tabela da Polícia Civil. Desta forma sim a sociedade teria condições de analisar o problema desde as suas origens e formar sua opinião acerca do assunto.

Coletiva

Para responder ao governo e esclarecer a sociedade acerca do material por ele divulgado, as Associações Unidas convocaram a imprensa para uma entrevista coletiva no dia 22 de abril, às 08:00h, na sede da Associação Beneficente dos Servidores Militares, localizada na Rua Boquim, próximo ao Quartel do Comando Geral da PMSE. Lá estarão todos os presidentes das entidades, que prestarão informações à imprensa. A categoria também já se mobiliza para comparecer ao local, como tem feito em todos os atos das Associações Unidas.

Retaliações

Os rumores sobre as retaliações do governo ao militares tornam-se cada vez mais fortes. Pelo menos dois sargentos, Anderson Araújo (Asprase) e Alexandre Prado (ASSPM/SE), já foram "convidados" a serem ouvidos esta semana em sindicância para apurar fatos relacionados ao movimento dos militares. Há ainda a perspectiva de que sejam decretadas prisões contra lideranças da categoria, inclusive com a transferência destes presos para um Presídio Militar em Salvador/BA, fato já noticiado pela imprensa televisada.

Decepção

Os militares mostram-se cada vez mais decepcionados com o governo, pois depois de duas reuniões onde a tensão transformou-se em otimismo, no momento em que se achava que o clima entre a classe e o governo ficaria mais tranquilo, surgem atitudes que só serviram para acirrar novamente os ânimos. Por certo se houver prisões e outras punições, a classe ficará ainda mais revoltada e o resultado disso pode ser imprevisível.

Repercussão

Clique no link abaixo e assista matéria exibida hoje na TV Sergipe, no SE TV 2.
http://emsergipe.globo.com/multimidia/?id=27900

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