A presença maciça dos policiais e bombeiros militares na Assembléia Legislativa (AL) e a exposição de maneira clara aos deputados da situação que gerou todo o impasse entre a categoria e o governo, tiveram como resultado a formação de uma comissão parlamentar mista, formada por deputados das bancadas de governo e oposição, para discutir com o governo sobre as reivindicações dos militares.
A iniciativa de criar a comissão foi da deputada Ana Lúcia (PT), logo após a explanação dos representantes das Associações Unidas, sargento Vieira e cabo Palmeira, na última quinta-feira (21) na tribuna da AL, que esclareceram os parlamentares sobre a situação salarial da classe e a enorme discrepância entre as Polícias Civil e Militar.
A comissão foi formada na terça-feira (26) e é composta pelos deputados Venâncio Fonseca (PP), Augusto Bezerra (DEM), Mardoqueu Bodano (PR), Ana Lúcia Menezes (PT), Garibalde Mendonça (PMDB) e Antonio dos Santos (PSC), e já começou a trabalhar em busca de intermediar a negociação entre a classe e o governo. Na quarta-feira (27), parlamentares se reuniram com representantes dos militares e receberam deles um relatório sintetizando o histórico do movimento reivindicatório.
Além do encontro com militares, representantes da comissão também já estiveram no Ministério Público Estadual e na Auditoria Militar, uma vez que entre os pedidos da classe, está o de que não haja punição para os militares que respondem a processo por conta do movimento, uma vez que estes não fizeram nada além do que lutar por direitos coletivos da classe.
Para a deputada Ana Lúcia, “melhorar salário de funcionário público não é despesa”. Ela acredita num resultado positivo das negociações e tem se empenhado neste sentido. Ana Lúcia lembrou a importância do diálogo e disse que situações de conflito são naturais numa sociedade capitalista e com a consequente divisão de classes. “É preciso perceber que os conflitos e contradições que por vezes ocorrem numa administração de esquerda abrem espaço para o diálogo, de maneira que fortalecem as relações democráticas”, explica Ana Lúcia.
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