Assunto de vários debates travados na Assembléia Legislativa, entre governo e oposição, a realidade dos policias militares de Sergipe foi externada até agora há pouco, no plenário da AL, na manhã desta quinta-feira (21), pelos gestores da Caixa de Beneficência da PM e do Corpo de Bombeiros, sargento Jorge Vieira da Silva e o cabo Silvério Palmeira, atendendo a um requerimento aprovado pela Casa, de autoria do líder da bancada de oposição na Casa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP). A categoria prestigiou o debate sobre a pauta de reivindicações a serem apresentadas ao governador Marcelo Déda (PT), chegando a superlotar as galerias da Assembléia.
Da tribuna da Casa, o sargento Vieira exibiu um vídeo-documentário destacando vários pontos da pauta de negociação, como a distorção salarial em relação aos rendimentos atuais dos Policiais Civis e o forçado exercício irregular da profissão nas delegacias que, sem estrutura alguma, ficam sob a responsabilidade de policiais militares e não dos civis. Após a exibição, Vieira disse que é por isso que foi exposto que a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros são grandes. O nosso movimento é ordeiro, democrático, legalista e, principalmente, impactante. Uma frase que resume tudo: perseguição! São ameaças de prisão e expulsão, policiais são obrigados a retirar os adesivos do movimento de seus veículos e até nossos movimentos estão sendo esvaziados, denunciou.
Integração entre as polícias nesse modo é impossível, sem o tratamento igualitário. Gostam de exibir os salários dos militares. Por que não divulgam os salários dos policiais civis? Os policiais querem nível superior, uma carga horária definida para deixarem de ser escravos e querem uma remuneração condizente com o grau de complexidade da função. Nós saímos de casa para defender a sociedade e nem sabemos se voltamos. E, alguns, voltam mutilados, completou o sargento da PM.
Vieira ainda acrescentou que a Segurança Pública não dá certo em Sergipe porque se investe na polícia reativa, para se encontrar quem matou e quem roubou. Mas a sociedade não quer isso! As pessoas querem a polícia preventiva. Esse investimento tem que partir na valorização do homem. Tem militares que hoje são motoristas de autoridades, enquanto a população está insegura por conta de gestão. Somos contrários a desigualdade dentro da SSP, contra esse tratamento injusto e diferenciado. Por que polícia rica e polícia pobre? Vão esperar o caos total na secretaria? O problema não se resolve com a mudança de secretário ou comandante! Mas com valorização do profissional. Não se pode fazer mudança sem democracia. Não fazemos política contra o governador, mas mesmo sem cometer crime algum, hoje sou processado por estar reivindicando melhores condições de salário e de trabalho. O caminho é o diálogo porque a motivação está acabando.
Cabo Palmeira - Em seu discurso, o cabo Palmeira colocou que a nossa capacidade de reagir está sendo retirada. Nós só temos o direito de ficarmos calados e tudo o que dissermos será usado nos tribunais contra nós mesmos. Será que cometemos os crimes de sonhar, de pedir, de expressar nossas agruras e lutar por dias melhores? O nosso cargo é de segurança ostensiva. O Policial Militar sai de casa e vai para a guerra. Muitos acabam perdendo a batalha. Presto uma homenagem a dois sobreviventes desta guerra: o soldado Damião, o sargento Maciel e o cabo Edgar, colocou.
Em seguida, o cabo da PM acrescentou dizendo que eles perdem a guerra por salários incompatíveis com a profissão; por uma legislação castrense, onde não se pode reivindicar; carga horária excessiva e as mínimas condições de trabalho. Causa estranheza as condições de higiene que são dadas aos postos de trabalho de outras categorias do governo, mas os nossos são fétidos. O nosso texto não é de esquerda e nem de direita: é positivista!, completou.
Fonte: www.faxaju.com.br
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