sábado, 11 de julho de 2009

Haverá algo por trás da exoneração do Capitão Henrique do Comando do COE?

Assessoria da PM diz que não houve motivo específico para a exoneração

Major Aragão assumirá o Comando do COE

O site Infonet divulgou esta semana a saída do Comandante da Companhia de Operações Especiais (COE), capitão Luís Henrique Rocha, publicada na última quinta-feira, 9, no Boletim Geral Ostensivo (BGO) da Polícia Militar (PM). Segundo informações da assessoria de comunicação da PM, não houve razão especial para a exoneração do comandante.

O Portal Infonet tentou entrar em contato com o capitão Henrique, mas não obteve sucesso, pois o militar está de férias e não foi localizado para falar sobre o assunto. No retorno das férias, o capitão Henrique deve assumir o comando da 1ª Companhia do 1º Batalhão, em São Cristóvão. Já o seu lugar no COE será ocupado pelo major Sílvio Cesár Aragão.

A exoneração do capitão Henrique causou certa surpresa entre os militares e na própria sociedade. Algumas atitudes tomadas pelo capitão durante o movimento reivindicatório da classe, a exemplo de ter realizado o policiamento ostensivo à pé ao lado de seus comandados, quando os PM's se recusaram a dirigir as viaturas policiais, fizeram com que se levantasse também a suspeita de que a exoneração do capitão teria se dado como uma retaliação por conta desses fatos, hipótese negada pela PM.

Para o bem da Polícia Militar, de seus integrantes e da própria sociedade, é bom mesmo que a tranferência do capitão Henrique não tenha sido motivada por qualquer tipo de perseguição. Do contrário, ficaria evidenciada a mesquinhez do Comando ao lidar com a administração e com os rumos da Corporação, característica que aparentemente não combina nem com o coronel Pedroso, nem com o coronel Santiago.

De toda forma, a exoneração do capitão Henrique traz à tona a questão do tipo de aproveitamento que a Polícia Militar faz de seus servidores. Não é de hoje que se observa que muitas vezes, um policial especializado em uma determinada área de atuação dentro da Corporação, é classificado em uma Unidade ou Subunidade que tem atuação totalmente distinta daquela para a qual ele se especializou. Não que estejamos pregando a eternização do militar em um único local de trabalho, mas acreditamos que a qualidade e as habilidades de cada profissional devem ser aproveitadas da maneira mais adequada possível.

Este é um dos problemas de gestão da segurança pública, que a partir de agora, passada a discussão sobre o reajuste salarial, será um dos focos da luta contínua das associações militares. Não basta apenas reformular a Lei de Organização Básica (LOB) e criar o nosso próprio Código Disciplinar. Estas atitudes precisam sim ser tomadas, mas além delas a PM precisa também corrigir muitos erros, o que esperamos que possa ser feito pelo atual Comando, que com o fim da negociação salarial pode respirar mais aliviado e pensar em soluções para pelo menos alguns dos tantos problemas que temos a enfrentar.

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