sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Juiz nega liberdade para sargento

Ele disse que durante a prisão o sargento concedeu entrevista a uma emissora de rádio local, o que caracteriza desobediência aos princípios militares


Na manhã desta quinta-feira, 11, o Juiz da 6ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, Diógenes Barreto, negou o pedido de liberdade provisória para o 3º sargento da PM, Ataíde Mendonça.

De acordo com o parecer do magistrado, mesmo após recolhido ao Presídio Militar (PRESMIL), o sargento concedeu entrevista à rede Ilha de Comunicação (Programa Gilmar Carvalho), com o nítido intuito de incitamento dos membros da corporação fardada a não cumprirem as ordens dos seus superiores hierárquicos relacionadas à guarda externa do sistema prisional.

O CD que contém a entrevista foi anexado ao processo e também serviu como base para que o promotor de Justiça Militar, Jarbas Adelino Santos Júnior, voltasse atrás no parecer favorável à liberdade do militar. No processo, o promotor diz que durante a entrevista o sargento proferiu comentários de incitamento e apologia à indisciplina militar.

O advogado do sargento afirmou que não sabia da entrevista e contou que está decepcionado com a atitude do cliente. Igor Gonçalves esclareceu que desde a prisão orientou Ataíde para não prestar nenhuma declaração à imprensa. “O meu trabalho foi jogado por água abaixo, meu cliente sabia que não deveria conceder entrevistas e descumpriu o acordo. Estou insatisfeito com a atitude dele, pois foi quebrado o ato de confiança entre cliente e advogado”, afirma o advogado, salientando que deverá deixar o caso.

“Vou analisar o que deve ser feito, mas é provável que abandone o caso em virtude dessa quebra de acordo. Agora a única maneira é o pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça”, enfatiza.

“Fui induzido ao erro”, diz advogado

No final da tarde dessa sexta-feira, 11, o advogado Igor Gonçalves que representa o sargento Ataíde ligou para a redação do Portal Infonet e disse que foi induzido ao erro, quando declarou que o cliente teria descumprido o acordo ao conceder entrevistas.

Segundo o advogado, o sargento Ataíde não prestou nenhuma entrevista enquanto estava preso. “Consta no processo que ele deu entrevista enquanto estava preso, mas isso não é verdade. O sargento conversou com o repórter do programa Jornal da Ilha, de Gilmar Carvalho enquanto estava no Ciosp [Centro Integrado de Operações em Segurança Pública]. A entrevista foi feita antes da lavratura da prisão”, esclarece o advogado Igor Gonçalves.

O advogado diz ainda que lamenta ter declarado que iria abandonar o caso e que vai se reunir com o cliente para conversar sobre o assunto. “O meu cliente não feriu o princípio da hierarquia militar, enquanto estava preso. Ele não cometeu nenhum ato de arbitrariedade durante a prisão”, afirma.

Por Kátia Susanna

Fonte: Infonet

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares