terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Presidente da Asprase avalia 2009 como um ano de avanços e espera que 2010 seja ainda melhor

Sargento Araújo faz balanço do ano, destaca a luta da classe em 2009 e põe fim à discussão sobre o "racha" entre associações

Um ano de avanços. É desta forma que o presidente da Asprase, sargento Anderson Araújo, avalia o ano de 2009. Convidado pelo Diretor de Comunicação da Asprase, sargento Antônio Carlos, para dar sua opinião sobre o trabalho da entidade e a luta dos militares durante este ano, Araújo disse que 2009 foi um ano que deixou muitos aprendizados. Na sequência fazemos um resumo do trabalho da Asprase neste ano, além de publicarmos algumas opiniões do presidente da Asprase falando sobre tópicos sugeridos por esta Diretoria.

O início

“Começamos o ano de 2009 na expectativa de iniciar nossa campanha salarial e demais reivindicações. Depois da assembleia realizada pelas Associações Unidas em novembro de 2008, quando anunciamos para a classe que em janeiro começaríamos nossa luta a partir de uma nova assembleia, começamos a nos preparar para isso, mas não imaginava que nosso movimento teria a grandeza que teve”, disse o sargento.

Tolerância Zero

Para Araújo, o que mais surpreendeu foi a participação em massa dos policiais e bombeiros militares na assembleia realizada no dia 29 de janeiro, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. “Ali começou o Tolerância Zero, um movimento feito por uma classe e não por meia dúzia de pessoas. Uma classe que acreditou em suas lideranças e as seguiu em cada ato, cada manifestação, cada reunião, dando-nos a sustentação de que tanto precisávamos. A primeira caminhada foi marcante, a partir dali tivemos a certeza de que estávamos em um caminho sem volta e que teríamos que lutar até o fim por nosso objetivo”, disse.

“O Blog da Asprase, criado em janeiro para suprir a necessidade de comunicação da entidade, foi um dos canais de informação à disposição da classe. Em fevereiro começamos a negociar com o governo através da SSP. Ao mesmo tempo, designamos o sargento Carlos para participar da preparação da Etapa Estadual da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (CONSEG), a fim de não perdermos também o foco das questões nacionais de interesse da classe”.

“Foram aproximadamente cinco meses de Movimento Tolerância Zero, da assembleia que deu início ao movimento em 29 de janeiro até a aprovação do reajuste salarial pela Assembleia Legislativa. Nesse período, além dos atos do movimento, a Asprase esteve atenta também a outras questões, como a PEC 300, a 1ª CONSEG, além dos problemas locais. Para a nossa sorte, com a criação do blog, pudemos registrar tudo o que fizemos este ano”, disse Araújo.

“Fizemos o possível para a Asprase estar representada em todos os atos do movimento por seus diretores. As poucas vezes que não compareci foi quando estava de serviço e não podia ir de jeito nenhum, e já em junho, no fim do movimento, quando sofri uma queimadura séria no braço. Desobedeci o médico e fui na primeira assembleia, ainda por cima dirigindo. Acabei com meu braço inflamado e na assembleia seguinte não pude comparecer”, lembrou o presidente da Asprase.

Divisor de águas

Araújo vê o Tolerância Zero como um marco na história dos militares sergipanos. Para ele, o fator primordial para o sucesso do movimento foi a participação maciça da classe, que demonstrou união e força. “Não fosse a união da classe, não iríamos muito longe. O Tolerância Zero foi realmente um divisor de águas para a nossa classe”, comentou.

Além da força da classe, Araújo acredita também que o movimento foi bem conduzido por suas lideranças. “A contribuição de cada um foi importante, apesar de hoje nem todos reconhecerem isso. Não se pode desmerecer o trabalho de ninguém que tenha dado sua parcela de contribuição. Cada um ajudou como pôde, uns com dinheiro, outros com trabalho, com ideias e a grande maioria contribuiu com a sua presença nos atos realizados”, declarou.

Reconhecimento

Para o presidente da Asprase uma das contribuições mais importantes entre as lideranças foi a do capitão Samuel, que em sua visão foi o grande estrategista do movimento. “Ele se preparou para aquele movimento e me surpreendeu muito. Internamente, Samuel agiu como conciliador nos momentos de divergências. Já nas reuniões que participamos, ele demonstrou muito preparo e discutiu em alto nível com os secretários de Estado sobre finanças públicas, royalties, etc. O conhecimento que ele adquiriu para enfrentar as negociações foi espantoso”, afirmou Araújo, reconhecendo a importância do trabalho do seu colega.

A Asprase também deu uma contribuição significativa para o desfecho do movimento. Quem não lembra das viaturas paradas nos pátios dos quartéis com base no Código de Trânsito? Pois é, a ideia que deixou o governo em xeque e que o forçou a rever sua decisão em relação ao reajuste dos militares partiu dessa que ainda é uma das menores associações. Prova de que mesmo os pequenos podem dar uma grande ajuda. A Asprase já havia levantado a questão em agosto de 2006, mas só durante o Tolerância Zero, com a classe coesa, os militares decidiram usar a lei em sua própria defesa.

Avanços

O movimento conduzido pelos militares sergipanos em 2009 não atingiu todos os objetivos, mas houve avanços. Das três reivindicações feitas pelos militares (equiparação salarial com a Polícia Civil, nível superior e carga horária) apenas uma foi atendida, mesmo assim em parte. Os militares não conseguiram a equiparação dos seus salários com os da Polícia Civil, mas conquistaram um reajuste salarial significativo, que ao final de 2010 colocará os militares de Sergipe entre os mais bem pagos do país. “Não conquistamos tudo o que pautamos em 2009, mas não podemos ser injustos e negar os avanços. Negar que houve avanço é negar o resultado de nossa própria luta”, diz Araújo.

Destaque nacional

O reajuste salarial da categoria em Sergipe foi destaque inclusive na Revista Época, da Editora Globo, em matéria publicada no último mês de novembro. Além disso, todo o movimento foi acompanhado por militares de todo o Brasil, que liam diariamente as notícias pela internet. Associações de todo o país buscavam informações e algumas chegaram a pedir a presença de representantes de Sergipe em seus Estados. Foi o caso da Bahia e do Rio Grande do Norte, onde integrantes da Asprase participaram das assembleias em que foram deflagrados os movimentos reivindicatórios naqueles Estados.

Discussões nacionais

Em 2009 a Asprase não deixou de lado também as lutas da classe a nível nacional. Sempre que possível a entidade se fez presente nas discussões promovidas pela Associação Nacional de Praças (ANASPRA). Várias reuniões e encontros foram realizados, onde temas como a PEC 300 e a desmilitarização das polícias e bombeiros estiveram em debate. Além disso, demos nosso apoio aos companheiros de outros Estados, como Bahia, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.

No mês de agosto a entidade se fez presente na 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública, em Brasília, evento de extrema importância para a classe, onde com muita luta foi aprovada a proposta de desmilitarização das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros, tema que ainda encontra muita resistência em diversos Estados e nas próprias Instituições.

Em setembro foi a vez de Fortaleza, no Ceará, sediar o VI Enerp (Encontro Nacional de Praças). Na oportunidade foi realizada a eleição da nova diretoria da ANASPRA, onde os sargentos Araújo, Carlos e Prado, além do cabo Palmeira, foram eleitos, demonstrando o respeito conquistado pelos sergipanos após o movimento Tolerância Zero.

Outros destaques

Mesmo participando ativamente do Movimento Tolerância Zero, a Asprase procurou manter o funcionamento da entidade e não perder de vista outros objetivos. Ampliou os serviços de sua Assessoria Jurídica, mudou sua sede para um imóvel mais amplo, iniciou o trabalho de expansão da entidade com foco no interior do Estado, reativou sua comunidade no Orkut, firmou novas parcerias, realizou o primeiro evento esportivo promovido pela entidade, além de continuar participando dos debates em defesa da classe.

Mantivemos nossa posição em defesa da PEC 300; procuramos o deputado federal Iran Barbosa, com que conversamos a respeito do direito de voto dos militares, matéria que é defendida na Câmara por Iran através de um projeto que prevê o direito do voto em separado para os operadores de segurança pública; participamos de reuniões sobre a nova Lei de Organização Básica da PM (LOB), enfim, estivemos sempre presentes nas lutas em defesa dos interesses da nossa classe. Além disso, temos trabalhado em busca de objetivos que serão revelados oportunamente.

Termo de Cooperação

Para finalizar bem o ano o presidente da Asprase assinou um Termo de Cooperação com a Associação dos Subtenentes e Sargentos, presidida pelo sargento Alexandre Prado. A Asprase e a ASSPM pretendem formalizar futuramente a unificação, transformando-se em uma só associação. “Infelizmente enquanto a classe defende a unificação das associações, há pessoas que se dizem defensoras da mesma ideia, mas que tem lutado contra o nosso projeto. Vamos pôr em prática o Termo de Cooperação e depois levaremos a decisão final para os associados. São eles que vão decidir se querem ou não a união das duas entidades, com base na sua percepção de que isso será bom ou ruim”, disse Araújo.

Ataques

Sobre os ataques que tem sido feitos ultimamente contra a Asprase e outras associações, Araújo declarou: “Quem tem boca diz o que quer. Quem me conhece sabe da minha história na PM, como sabe também a história de todos os outros. Sabem quem trabalha, quem não trabalha, quem já fez algo pela classe, etc. Às vezes as pessoas atiram pedras nas outras e esquecem que tem o teto de vidro”, desabafou.

Araújo disse mais: “Para mim essa história tem ponto final aqui. Tenho minha família, minha profissão, a própria Asprase, enfim, pessoas e coisas que merecem muito mais a minha atenção e o meu tempo”. E concluiu: “Nunca fugimos de nossas responsabilidades e nem fugiremos. Estaremos sempre lutando pelos interesses coletivos da nossa classe, mas ao nosso modo, o modo que o nosso associado conhece, sem agressões, sem desrespeito, com equilíbrio, lucidez e buscando as soluções através do diálogo. Hoje estou feliz, cercado de pessoas em quem confio e que confiam em mim, pessoas que têm contribuído para fazer da Asprase uma associação cada vez maior e melhor”, disse o sargento Araújo.

2010

Para o próximo ano o presidente da Asprase diz que espera um ano melhor. Araújo torce para que a classe saiba separar a divergência entre as associações das lutas coletivas da classe. “Precisamos da mesma força que tivemos esse ano, a força da união. Essa é a única forma de avançar ainda mais em nossas lutas. Ainda temos discussões importantes para 2010, como a carga horária, as horas extras, o nível superior e a nova LOB. Desgarrados nada conseguiremos, mas unidos poderemos vencer”, disse.

“Em termos de Asprase, temos muitos projetos para 2010, mas eles só serão revelados na hora certa. Vamos fazer de tudo para que dessa vez o principal desses projetos possa se concretizar, que é a unificação com a Associação dos Subtenentes e Sargentos. Com a graça de Deus, 2010 será um ano de muito crescimento e de conquistas para nós e para nossos associados”, disse entusiasmado. “Quero me despedir desejando a todos um Feliz Ano Novo, repleto de saúde, alegria e paz”, finalizou o presidente.

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