quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Segurança comprometida na Orla de Atalaia

PMs se recusam a dirigir as viaturas em protesto à nova escala de trabalho. Alguns alegam que foram vítimas de represálias


Em frente a companhia as viaturas estão paradas (Foto:Portal Infonet)

A segurança da Orla de Atalaia está comprometida. O problema é que os policiais militares da Companhia de Policiamento Turístico (CPtur) se recusam a dirigir as viaturas e estão realizando o policiamento a pé. De acordo com um cabo da PM, que prefere não ser identificado, desde o último sábado, 30, que as viaturas estão paradas. O impasse teria sido iniciado por conta da nova escala de trabalho que não foi aceita pelos militares.

“Cheguei para trabalhar no sábado [30] e tomei um susto quando vi que a escala de trabalho havia mudado sem nenhum comunicado. Tinha programado uma viagem com a minha família e tive que adiar. Temos uma escala de 12h por 48h, ou seja, trabalhamos um dia e folgamos dois e agora mudou”, conta o cabo, ressaltando que a escala proposta pela PM foi de 12h por 24h.


Policiais dizem que turistas estão sem segurança na Orla (Foto:Portal Infonet)

O cabo diz ainda que a escala foi imposta sem nenhuma conversa. “Isso é uma falta de respeito com os policiais que prestam um serviço de qualidade aos turistas e a população. Na segunda-feira [1º de fevereiro], teve um representante do comandando que veio negociar a respeito da escala e disse que caso não aceitássemos, seríamos transferidos para outras companhias”, relata.

O cabo denuncia que as ocorrências da Orla estão sendo feitas por viaturas da Radiopatrulha que estão localizadas em outros bairros. “O turista está desprotegido. Infelizmente não tem segurança aqui na Orla por falta de diálogo do comando com os policiais. Não havia necessidade de impor essa escala porque além da polícia temos nossas famílias e tínhamos que ter nos programado”, argumenta o cabo que atua na CPtur há dois anos.

O Portal Infonet teve acesso exclusivo aos nomes dos militares que serão transferidos


Transferência

O impasse foi agravado na manhã desta quarta-feira, 3, quando 12 militares tomaram conhecimento de que estão sendo transferidos da CPtur para batalhões localizados no interior do Estado. “Isso foi em represália, infelizmente todos estão sendo prejudicados para satisfazer o ego do comandante”, desabafa o soldado Silva.

Procurado pela equipe do Portal Infonet, o gestor da Associação Beneficente dos Servidores Militares de Sergipe (ABSMSE), sargento Vieira, que está em Brasília, disse por telefone que os militares estão sofrendo assédio moral. “Essa é uma forma equivocada de tratar o policial militar. Não tiveram como punir os profissionais que desempenham um excelente trabalho e transferiram. Não podemos mais aceitar esse autoritarismo em que se trata policial militar como robô”, afirma Vieira, ressaltando que nesta quinta-feira, 4, vai se reunir com os advogados para tratar do assunto.


Ninguém da companhia foi encontrado para falar sobre o assunto (Foto:Portal Infonet)


Investimentos

O soldado Silva, que atua na companhia há oito anos, lembra que foram feitos investimentos por parte do governo do Estado para que os policiais fossem preparados para trabalhar com os turistas. “Fiz cursos de línguas estrangeiras, além de relações humanas e agora vejo que todo esse investimento será um desperdício. Agora terei que levar os conhecimentos adquiridos para os turistas de Carira, onde estou sendo transferido”, fala.

Comando

A equipe do Portal Infonet procurou o responsável pela assessoria de comunicação da PM, Coronel Ornellas, que afirmou não ter conhecimento do assunto. Tentamos localizar o responsável pela companhia, capitão Barbosa, mas a informação é de que ele estava em reunião.

Por Kátia Susanna

Fonte: Infonet

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