sexta-feira, 26 de março de 2010

Corpo de Bombeiros recebe mais de 29 mil trotes por mês


Mais de 29 mil trotes mensais são detectados entre as chamadas destinadas ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe (CBMSE). O número assustador chega a 93,85% do total de ligações destinadas aos bombeiros. Uma situação que preocupa a corporação, pois durante o tempo que é perdido até que se descubra que é um trote, uma ocorrência verdadeira pode acontecer e ter seu atendimento retardado, colocando em risco a vida de pessoas.

Os números são fruto de um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros que mostrou que do início deste ano até o dia 23 de março o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) recebeu 95.558 chamadas destinadas a Corporação. Deste total, 89.680 eram ligações efetuadas por pessoas desocupadas. Os números apontam um total mensal de mais de 29 mil trotes, quase mil por dia e 40 por hora.

“Ao ocupar uma linha de emergência com um trote, o cidadão deixa de estar livre para uma ocorrência real. Para evitar o trote, a linha passa por dois filtros, que é o atendente e depois o despachante do Corpo de Bombeiros. A grande maioria dos trotes é evidente e não passa dos atendentes, mas alguns são bem simulados e chegam a passar mesmo pelos despachantes mais experientes”, conta o gestor do Centro de Estatísticas do CBMSE, tenente Silvio Leonardo Vieira Prado.

O oficial alerta que além de poder atrasar o atendimento a uma ocorrência real, há os riscos de acidentes com as viaturas de emergência que buscam diminuir ao máximo o tempo resposta à ocorrência, em especial quando há vidas em risco. Além do desgaste emocional das equipes que são deslocadas nessas situações emergenciais e do gasto de combustível e desgaste da viatura, que tem sua vida útil reduzida.

Ainda segundo Silvio, após o horário de meio-dia é que começa a aumentar o fluxo de trotes. “São as crianças que mais ligam passando trotes e é justamente nesse horário que elas estão saindo do colégio que cresce o número de ligações. Como hoje nós contamos com 16 atendentes por turno, tem muito mais gente para atender as chamadas e infelizmente os trotes também. Mesmo a informação de que o número é identificado e que o trote é crime não intimida”, afirma.

“Outra dificuldade enfrentada é que algumas pessoas dão uma dimensão maior à ocorrência, visando receber mais rápido o atendimento. Algumas vezes é uma lixeira que está pegando fogo e a fumaça incomodando, mas a pessoa diz que é um incêndio em residência, por exemplo. Com esse tipo de procedimento, o solicitante pode estar impedindo o atendimento mais breve a uma ocorrência com maior gravidade”, aponta. “Nós orientamos as pessoas que buscam atendimento para que respondam às perguntas dos atendentes da forma mais objetiva e correta possível. Só assim nós podemos enviar os recursos mais adequados àquela ocorrência, o mais breve possível”, concluiu o oficial.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

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