Sindicalista denuncia privilégios dentro de presídio e afirma que três internos do Copecam morreram por falta de assistência adequada
Na tarde desta terça-feira, 8, o presidente do sindicato dos agentes penitenciários de Sergipe, Iran Alves, afirmou ao Portal Infonet que o sistema prisional do Estado é precário e não oferece condições de trabalho para os agentes e nem estrutura para os internos.
Iran Alves faz uma grave denúncia e relata que um preso tem privilégios dentro do presídio de Areia Branca. O vídeo fornecido ao Portal Infonet mostra uma cela com vários alimentos, incluindo produtos de higiene como sabonetes, além de uma geladeira com garrafas de água e refrigerantes. A identificação do preso não foi repassada.“A quem interessa que um preso tenha esse tipo de privilégio? O problema é a moeda de troca que esse interno utiliza para comercializar os produtos. Tudo isso precisa ser apurado, mas quando o agente denuncia ele acaba sofrendo represálias”, salienta Iran. Além de mercearia, o sindicato denuncia que já foram apreendidos aparelhos de vídeo game (playstation) no Compecan.
Sindicato diz que os presos passam mal e não recebem atendimento na unidade (Fotos: Sindicato dos agentes cedida ao Portal Infonet)
O presidente do sindicato alerta ainda para o custo dos presos no sistema. “Enquanto no Compecan o preso custa R$320 no Compajaf [Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho], no bairro Santa Maria, cada interno custa R$2200. Então a quem interessa essa terceirização quando o gasto desse presídio é de R$1 milhão e 100 reais”, questiona.
Morte em presídio
De acordo com Iran o caos do sistema prisional pode ser exemplificado com a morte de três presos do Complexo Penitenciário Carvalho Neto (Compecan), localizado em São Cristovão. A informação é que o Compecan possui capacidade para 800 presos, mas atualmente possui 1819 internos.
A informação é que o preso morto foi identificado como Cícero Santos
“O sindicato já havia alertado ao governo, por meio da imprensa, para esses problemas e apesar dos esforços dos servidores não será mais possível conter o caos no sistema prisional. O que precisa ter é compromisso, saúde para o interno e condições de trabalho para os servidores”, analisa Alves, afirmando que no ano passado um servidor chegou a cometer suicídio por conta da sobrecarga do trabalho. Para o sindicato muitos internos estão com tuberculose, dengue hemorragica e Aids.
Segundo o sindicalista, as mortes aconteceram na última terça-feira, 1º; sábado, 5 e no domingo, 6. Os presos que faleceram por motivos não divulgados foram identificados como Gil Mota dos Santos, que teria falecido na terça; João José da Silva no sábado e Cícero Vieira dos Santos, de 19 anos, que faleceu no domingo. Ele também informou que dois internos faleceram dentro da unidade prisional e o terceiro falaceu a caminho do hospital.
Desipe
A equipe da Infonet tentou contato nesta terça-feira, 8, por diversas vezes com a assessoria de comunicação e com o diretor do Departamento do Sistema Penitenciário em Sergipe, mas não obteve êxito.
Kátia Susanna
Fonte: Portal Infonet
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