sábado, 30 de abril de 2011

“Minha paciência com o governo acabou”, desabafa Samuel

O deputado estadual Capitão Samuel (PSL) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã de hoje (28), para desabafar na condição de representante da Polícia Militar na Casa: “minha paciência com o governo acabou hoje! A gente só faz indicação, indicação e não resolve. Tem quase um mês que fiz uma solicitação e o secretário de Segurança Pública precisa tomar uma atitude, mas ele não faz. Tudo tem um limite e o meu chegou hoje”.

Samuel externou sua preocupação com a realização de cinco eventos festivos no interior do Estado, no próximo final de semana, e com a falta de uma carga horária para os policiais militares. “Tem festa em Itabaiana, Nossa Senhora do Socorro, Aparecida, Boquim e Carmópolis. Será preciso mais de mil homens para garantir a segurança dos foliões nessas festas e como você vai deslocar esse efetivo todo? Em Socorro e em Itabaiana está tranqüila a situação, mas nas outras três cidades é preciso ver porque o policial que será deslocado para lá está de férias, tirando licença Premium, mas vai porque tem responsabilidade e porque a legislação determina”.

Em seguida, o deputado disse que “o policial civil não vai porque ele não pode trabalhar sem receber. Tem que pagar a hora extra. O servidor militar não tem carga horária definida e por isso não pode receber hora extra. Como 10 homens vão garantir a segurança de uma festa com, 20 mil pessoas? Enquanto isso, o comandante já tirou 14 homens das ruas porque pega pressão e não agüenta! Tem que assumir o ônus e o bônus”, cobrou.

Capitão Samuel disse que existem 300 homens experientes, preparados, na reserva e que poderiam voltar ás ruas. Cada homem desse custaria R$ 500 por mês e não é caro colocá-los nas ruas. O Secretário precisa tomar uma atitude porque eu já cheguei ao limite. Não existe contenção de despesas para segurança pública, saúde e educação. Esse valor para ter 300 homens é irrisório. Quando se promove uma festa no interior, vem sempre aquela cobrança do extra para os policiais. Essa Casa não definiu ainda a carga horária dos policiais. Tem a questão do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) do Ministério Público obrigando a pagar a tal da GRAE para o efetivo”.

Por fim, Samuel disse que vai apresentar um projeto de lei no sentido que as prefeituras municipais paguem as horas extras do efetivo policial de suas cidades. “Não posso deixar a carga em cima do policial militar. Tem muitas que dá para fazer, mas que a Constituição do Estado não permite. Então ela precisa ser alterada”.

Em aparte, Augusto Bezerra (DEM) parabenizou Samuel e disse que “com tranqüilidade, acompanho todas as suas manifestações aqui na Casa e quero dizer que foram tirados todos os poderes da Assembleia. Os deputados aqui apenas votam os projetos do governo, fazem a moção de homenagem e de solidariedade. O projeto de carga horária para os militares tem o apoio da oposição, mas ele precisa ser enviado pelo governo para essa Casa. Você não pode cobrir um santo e descobrir outro. Quando o governador era outro, eu era recebido duas vezes por semana. O senhor precisa procurar o governador”.

Já o deputado Venâncio Fonseca (PP) disse que “o senhor está defendendo sua classe com direito e legitimidade. Como bem disse Augusto Bezerra, nós continuamos esperando esse projeto da carga horária aqui na AL. Agora o senhor precisa conversar com o governador. Sugiro que dê uma ‘tuitada’ para ele ou mande um e-mail. O senhor pode preparar esse projeto e entregar pessoalmente ao governador para contribuir com esse governo”, disse. A deputada Goretti Reis (DEM) também aparteou o Capitão Samuel.


Por Habacuque Villacorte

Fonte: Agência Alese


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