domingo, 5 de junho de 2011

A Fábula do Leão (Sérgio Cabral), da Raposa (Coronel Mário Sérgio) e do Burro (Bombeiros)

Luiz Sergio escreveu: "Caro amigo, sou subtenente do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio e estou perplexo com a capacidade de certos jornalistas em desviarem o foco da questão, distorcendo fatos com uma capacidade tal, que leva a opinião pública a bradar por punições às vítimas e exaltarem o agressor. Me fazem lembrar de uma fábula de Monteiro Lobato que cabe parafraseá-la:

"... Em ano terrível de peste entre os animais, o leão, apreensivo, consulta o gorila que diz que a peste era um castigo do céu, e o remédio para a cólera divina era sacrificar um dos animais aos deuses, e indagado pelo leão, responde que o mais carregado de crimes deveria ser levado ao sacrifício. O leão se oferece ao sacrifício, necessário ao bem comum, por ter trucidado pastores ovelhas e veados, mas a raposa argumenta: “Acho conveniente ouvir a confissão de outras feras. Porque, para mim, nada do que vossa majestade alegou constitui crime. Matar veados – desprezíveis criaturas; devorar ovelhas – mesquinho bicho de nenhuma importância: trucidar pastores – raça vil merecedora de extermínio! Nada disso é crime. São coisas que muito honram o nosso virtuosíssimo rei leão.” Em meio aos aplausos o leão foi julgado impróprio para o sacrifício, outro animais ferozes, acusam-se de crimes, mas a raposa os transformam em anjos de inocência. Chega a vez do burro que sua consciência o acusa de ter comido uma folha de couve da horta do vigário. A raposa toma a palavra: eis amigos o grande criminoso, desnecessário prosseguirmos na investigação, pois não pode haver crime maior do que furtar a sagrada couve do senhor vigário. Assim o burro foi unanimemente eleito ao sacrifício. Moral da história “Aos poderosos tudo se desculpa; aos miseráveis nada se perdoa.”"


Um comentário:

  1. Por que o ato dos bombeiros cria um precedente perigoso

    Os bombeiros assim como qualquer categoria têm o direito de pedir melhoria salarial, ocorre que por servirem junto com a PM, sob regime militar, lhes é vetado o direto à greve. Nos últimos dias o que tenho visto no Rio é um circo. Uma categoria que vem sendo “doutrinada” por políticos faz meses, chega ao ponto de rasgar sua lei militar, invadir um quartel, ocupar e inutilizar viaturas.
    Ora, isso é inadmissível em um estado de direito. Imaginemos se médicos decidem fazer greve, invadir hospitais, furar pneu das ambulâncias e trancar as portas; E se um dia policiais em greve ocuparem os presídios e ameaçarem soltar os presos? Não obstante, teríamos ainda a possibilidade de Soldados do exército em greve, colocarem tanques para obstruir vias. Pergunto: Onde a sociedade vai parar? É esse o precedente que a sociedade deseja abrir com os bombeiros?
    Para que não corramos esse risco há uma legislação militar que rege as FFA, Bombeiros e a PM. Independente de qualquer pleito salarial, ela tem de ser respeitada. No momento em que a sociedade permitir que essa lei seja ignorada, estará pondo em risco sua própria ordem.

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