quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Médicos ficam 24 horas sem fazer consultas e cirurgias de conveniados.

Foi a segunda vez que os médicos chegaram a recusar o paciente. Eles dizem que o que recebem das operadoras é muito pouco.

Quem precisou de atendimento pelos planos de saúde na quarta-feira (21) teve dificuldade. Os médicos pararam por um dia, porque exigem um reajuste no valor que os planos pagam pelas consultas e por diversos tipos de procedimento. Em São Paulo, 70% dos médicos conveniados a 11 empresas suspenderam as consultas.

A carteirinha de mais de 30 convênios médicos na quarta-feira (21) não valeu nada. Os pacientes tiveram de esperar para serem atendidos em outro dia, a não ser que fosse caso de urgência ou emergência. Em uma clínica infantil em São Paulo, o movimento foi menor. Nem todos os pais puderam trazer os filhos.

Foi a segunda vez que os médicos chegaram a esse ponto extremo: recusar o paciente. Eles dizem que o que recebem das operadoras é muito pouco. Depois do primeiro protesto, em abril, algumas delas aceitaram negociar. Agora os médicos querem forçar as outras.

No Pará, eles protestaram com um caixão para simbolizar o que chamam de “morte da saúde”. Em São Paulo, o pediatra Marun David Cury diz que o valor pago pelas operadoras torna muito difícil oferecer um atendimento de qualidade.

“Existem convênios hoje pagando por volta de R$ 20 a R$ 25 a consulta, e nós estamos lutando para que isso acabe. É impossível e inviável, tanto que se fecharam consultórios em São Paulo e no interior principalmente. Médicos estão deixando de trabalhar nos seus consultórios para trabalhar de empregados nessas empresas de saúde”, argumentou o pediatra.

As entidades de classe que encabeçam o movimento reivindicam que cada médico receba, no mínimo, R$ 50 por consulta; a partir de dezembro, R$ 60; e R$ 80 no primeiro trimestre do ano que vem. As entidades reivindicam também aumente o valor pago por exames e cirurgias.

“A defasagem que ocorre há mais de dez anos de honorários médicos em relação aos planos de saúde dos médicos é muito significativa. Tanto que já existe uma desassistência muito marcante. Já não se encontram consultas em várias especialidades, dificuldades de execução de procedimentos cirúrgicos ou diagnóstico. Isso precisa ser revisto”, afirmou Jorge Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina.

Ao levar a pequena Isabela ao pediatra, a copeira Evanilda Fonseca ficou aliviada. O plano dela não estava entre os recusados. Consulta particular ela não poderia pagar. “Espero que eles se entendam e que dê tudo certo para que consigam manter os planos, porque a gente precisa também”, disse.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar, que representa os quinze maiores grupos privados de saúde do país, enviou uma nota. Disse que, ainda este ano, vai adotar um novo índice de remuneração dos médicos que prestam serviços aos planos de saúde afiliados.

A União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, que representa 140 operadoras, informou que este ano já foram feitas reuniões com as instituições filiadas para discutir a o pagamento dos profissionais.

Fonte: Bom Dia Brasil / www.sindimed-se.org.br

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