“Nós queremos mobilizar a classe política e a sociedade para a importância da nova Lei Orgânica da polícia civil. Ela não trata apenas de interesses classistas, pois, além de criar cargo, nós precisamos alterar a estrutura no que tange ao serviço. Hoje, nossa polícia está trancada no gabinete. É uma polícia cartorária que faz meros registros de ocorrência. Nós precisamos ter uma polícia mais interiorizada e ágil”.
A declaração foi feita por Antonio Moraes, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe – Sinpol/SE, na tarde desta sexta-feira (04), em entrevista ao jornalista Carlos Batalha, para o programa Batalha na TV, onde explicou que aguarda o requerimento supra-partidário, onde falará em plenário da Assembléia Legislativa, em audiência pública, sobre os principais pontos que o sindicato deseja alterar e modificar na Lei Orgânica.
O requerimento foi sugerido e será subscrito pelos deputados Venâncio Fonseca (PP), Capitão Samuel Barreto (PSL), Zé Franco (PDT),Garibalde Mendonça (PMDB) e Antônio dos Santos (PSC), que se fizeram presentes no almoço-reunião, promovido pelo Sinpol/SE, no dia 27 de outubro.
Contingente
O sindicalista acredita que a corporação necessita de mais policiais, porém, defende que antes, haja uma desconcentração da polícia da figura do delegado. “Nesse atual modelo cartorário, onde tudo gira em torno de uma única figura, que é o delegado, vê-se uma concentração de atividade. Existem delegados de polícia, do interior, responsáveis por quatro delegacias. Precisamos dar mais atribuição a investigadores, sempre sobre achefia e supervisão de um delegado. Pois, só assim, nós vamos poder redimensionar a nossa instituição e, conseqüentemente, saber qual é a nossa necessidade”, defendeu Moraes.
Equipamentos
Questionado sobre a falta de materiais, Antonio informou que a polícia vem enfrentando problemas com as viaturas. “Há sempre um problema de contrato. Agora mesmo, os delegados estão tendo que mandar a viatura para consertar e a viatura não volta porque o contrato acabou”, disse. Moraes considera inaceitável o que classifica como “uma improvisação” o fato que ocorreu recentemente, onde ambulâncias foram utilizadas para o transporte de corpos, por falta de viaturas no IML.
“A mesma ambulância que vai conduzir o doente para salvar vai conduzir corpos? Corpos são vetores de doenças infecto-contagiosas!”,alertou Moraes. “Será que não se prevê que uma viatura tem tempo de vida útil?”, questionou.
Para o sindicalista, a Lei Orgânica é de fundamental importância para correção desses acontecimentos, pois ele considera que falta gestão profissional. Ele também informou que uma das propostas da nova Lei Orgânica é a volta da perícia para a polícia civil.
“Perícia trabalha ao lado da polícia. Os peritos vão ser policiais civis e interiorizar essa polícia. Quando um gestor fala que quatro viaturas são suficientes para atender todo o Estado, é apenas estar pensando na preservação de seu cargo, porque é óbvio que não são suficientes. Infelizmente, o Poder Executivo empurra nosso gestor a dar uma declaração como essa. Então, quanto menos trabalho ele trouxer para o político que ali o colocou, melhor. Isso, pra mim, é uma questão de incompetência administrativa”, avaliou o presidente do Sinpol/SE.
Propostas
Moraes reconhece que a Polícia Civil passou por uma significativa reestruturação salarial e defende que se discuta no momento o serviço prestado à sociedade. “Nós não prestamos um serviço eficiente à população. Isso tem que ser reconhecido para que nos transformemos. Precisamos sair dos gabinetes, transformar a nossa polícia, modificando a sua estruturapara que a população volte a ter confiança em nosso trabalho”, ponderou o sindicalista.
Através das propostas do sindicato para uma Nova Lei Orgânica, o presidente do Sinpol/SE defende que a população tenha um atendimento mais personalizado e, conseqüentemente, mais eficiente no tocante à diminuição dos índices de criminalidade. “O sindicato propõe que nós tenhamos duas vertentes: uma só para atender, fazer BO, termos circunstanciados, flagrantes. E uma novidade, que seria a análise criminal, que é o levantamento de informações para que se viabilize políticas públicas. A outra vertente que nós podemos ter só de investigação. Dessa forma, teremos uma polícia mais eficiente e que dê um atendimento igualitário para todo cidadão”, concluiu.
Por Bella Máfia Assessoria de Imprensa e Marketing
Fonte: Faxaju
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