quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PMs faltosos do Pré-Caju não validam atestados

Os policiais militares de folga que faltaram ao serviço durante as noites do Pré-Caju 2012, escudados em doações de sangue realizadas por eles nos próprios dias da prévia, não conseguiram validar os atestados que comprovam as doações e, pela lei, tornam válidas as folgas concedidas por direito aos servidores doadores. Mais de 60 militares compareceram ontem de manhã ao Hospital da Polícia Militar (HPM), no bairro 18 do Forte (zona norte de Aracaju) e não foram recebidos pelo setor médico da unidade, ao tentarem homologar os atestados expedidos pelo Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) e no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Sergipe (IHHS), ligado ao Hospital São Lucas.

Representantes das Associações Militares Unidas estiveram no local para dar assistência aos policiais e informaram que os médicos do HPM teriam sido orientados a não receber os militares e não validar nenhum atestado. Em vez disso, foi entregue aos militares um formulário de solicitação para que seja preenchido com a justificativa do atestado. Esta guia deve ser entregue aos comandantes de cada batalhão, companhia ou destacamento, que por sua vez podem autorizar - ou não - a validação do atestado.

Não sabemos se isso foi orientação do Comando ou se foi da própria direção do HPM, diz o major Adriano Reis, um dos líderes das Unidas, que deu orientações aos militares. O que nós orientamos a todos aqueles policiais que estiveram doentes nesse período (do Pré-Caju), é que compareçam às suas companhias levando o atestado com cópia, façam o documento ao seu comandante e o entreguem, para que se certifiquem da recusa do Hospital da Polícia em receber os atestados, afirmou Adriano. A decisão acabou afetando policiais que alegaram ter sido internados em hospitais durante a prévia carnavalesca.

Em resposta, o tenente-coronel George Araújo, diretor financeiro do HPM, afirmou que os atestados apresentados pelos PM´s serão avaliados por uma junta médica da corporação, por se tratar de um caso extraordinário. Segundo o oficial, 140 atestados foram apresentados ao hospital, superando a média normal de 15 atestados por dia, apesar de não haver nenhuma epidemia ou doença contagiosa que justifique a marca. Araújo ressaltou ainda que a intenção da exigência de autorização dos comandos das unidades para validar o atestado não é punir os militares, mas apurar a veracidade e o objetivo destes atestados.

Pela lei vigente, um servidor público que doa sangue e apresenta atestado comprovando a doação tem direito a gozar um dia de folga. No entanto, de acordo com o HPM, há militares que pediram três dias de licença médica. A estratégia de doação de sangue em massa ao Hemose e ao IHHS forçou o comando da PM a adotar um Plano B para garantir o esquema de segurança do Pré-Caju, convocando 600 PM´s cedidos a órgãos públicos estaduais e remanejando equipes do interior do estado. No entanto, segundo fontes policiais, mais de 500 militares faltaram ao serviço em cada dia do evento.

Fonte: Jornal do Dia

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