Denúncias feitas pelo Jornal do Brasil há 15 dias anteciparam a preocupação do governo federal com a greve dos policiais militares, que pode se espalhar em seis estados, incluindo o Rio de Janeiro. Após os fracassos nas negociações entre o governo baiano e os representantes grevistas da PM em Salvador, na Bahia, a Assembleia amanheceu ainda ocupada nesta quarta-feira (7), marcando o nono dia da greve da categoria.
O movimento baiano pode ganhar a adesão dos policiais militares do Rio de Janeiro, conforme o JB destaca desde janeiro último. De acordo com o senador Walter Pinheiro (PT), os policiais baianos deveriam resistir, ao menos até o dia 9, quando policiais do Rio de Janeiro decidem se também iniciam ou não uma paralisação. Além do Ceará, Bahia e possivelmente o Rio de Janeiro, os estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e o Distrito Federal podem aderir à greve.
No início deste mês, a Coluna Informe JB já dava conta de que a reabertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) não poderia ter sido pautada por outro assunto senão a greve conjunta dos policiais militares, civis e bombeiros do estado. Apesar da pouca repercussão na mídia, os parlamentares deram destaque ao movimento grevista. A deputada estadual Janira Rocha (Psol) chegou a ler a carta da esposa de um policial militar que ganhou fama por expor as condições sob as quais algumas famílias vivem.
O deputado Paulo Ramos (PDT), major reformado da PM, disse que as críticas refletem perfeitamente a vida dos agentes e criticou Cabral. "Ele antecipou minimamente o reajuste parcelado a perder de vista após a manifestação para minimizar o movimento", atacou. Esse reajuste parcelado é chamado pelos próprios PMs de “aumento Casas Bahia”.
O JB já tinha exposto a situação precária de trabalho e salários atrasados dos policiais que trabalham nas Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro. Em entrevista ao JB no início do ano, os agentes afirmavam que a ordem seria cruzar os braços nas 19 comunidades beneficiadas pelas UPPs, caso o governo não atenda as reivindicações dos policiais.
Apesar de a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-RJ) ter anunciado que as gratificações especiais dos policiais lotados em UPPs seriam pagas até o dia 10 de janeiro, os agentes ainda não viram a cor do dinheiro. A Secretaria de Segurança atribui o atraso a um processo de digitação pendente na Polícia Militar, o que não diminui a revolta dos agentes.
Fonte: Jornal do Brasil
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