Parte dos serviços da administração pública está parada
Atendendo decisão tomada em assembleia geral no último dia 2, os servidores públicos da administração geral do Estado cruzam os braços a partir desta quarta-feira, 8, na perspectiva de permanecer em greve por tempo indeterminado, caso o Governo do Estado não apresente proposta convincente relativa ao Plano de Carreira do funcionalismo público.
Na tarde desta quarta, 8, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Sintrase) se reúne com representantes da Comissão de Negociação do Estado para conhecer a proposta elaborada pelo governo. “Esperamos que o Governo não apresente mais uma frustração para os servidores”, enaltece o presidente do sindicato, Valdir Rodrigues.
Na próxima sexta-feira, 10, o Sintrase realiza assembleia geral para avaliar a proposta do governo e deliberar sobre a continuidade ou não do movimento grevista. “Não houve precipitação dos servidores porque a decisão pela greve veio no dia 2 e, neste intervalo, o governo não apresentou nenhuma proposta”, diz a sindicalista Elma Andrade, diretora administrativa do Sintrase. “Vamos ver o que do Governo para decidir se a greve continuará ou não”.
No Ceac, senhas foram limitadas
Para Elma Andrade, o índice de reajuste salarial que for anunciado pelo Governo não exerce influência na vida da grande maioria dos servidores públicos, que têm no contracheque o salário mínimo como referência básica. “Não nos interesse o índice do reajuste, não influenciará em nada. O que nos interessa é o Plano de Carreira, que, senão a curto prazo, nos dará uma perspectiva de melhoria na carreira”, resume a sindicalista.
Nesta manhã, parte dos servidores se concentrou na porta do SergipePrevidência e da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. De acordo com o Sintrase, estão parados a Fundação Aperipê, o SergipePrevidência, servidores administrados das Secretarias de Estado da Fazenda e da Educação, além dos Centros de Atendimento ao Cidadão (Ceac).
O pensionista Moisés Dória também ficou frustrado quando procurou o IpesPrevidência e constatou que os serviços estavam suspensos naquela unidade. "Vim pegar um contra-cheque porque não chegou pelo Correio e agora espero que amanhã tudo esteja normalizado porque estou precisando do contra-cheque", comentou. "Todo movimento grevista é justo, mas para quem está do outro lado, que precisa do serviço, causa transtorno", analisa.
Para o presidente do Sintrase, Valdir Rodrigues, o movimento nasceu vitorioso. "Esperamos por três anos que o governo apresentasse proposta para o Plano de Carreira e agora só abriu a negociação por causa do nosso movimento. Se não fosse nosso movimento, não teria negociação", diz o sindicalista.
Senhas limitadas
Nos Ceacs, o atendimento ao público foi realizado nesta manhã, mas de forma limitada devido à redução do efetivo decorrente da greve dos servidores públicos. No Ceac da Rodoviária Nova, por exemplo, as senhas foram suspensas antes das 10h. A manicure Graziene de Assis Santos chegou por volta das 8h naquele Ceac para pegar a carteira de trabalho e só conseguiu pegar a senha de número 804. “Acho que vou ficar a aqui até meio-dia”, conjecturou. “Fazer o quê?”, resume.
A dona de casa Maria Edilene de Andrade foi ao mesmo Ceac com o intuito de retirar a segunda via da carteira de identidade, mas não obteve êxito. Ao chegar na fila, por volta das 9h30, foi informada que não havia mais senhas. À dona de casa, um dos funcionários revelou que as senhas teriam sido suspensas devido ao número de servidores que ficara reduzido devido à greve. “Agora é voltar para casa”, lamentou.
O diretor geral do Ceac, Leibniz Lobo Ramos, revelou que não teria autorização para prestar maiores esclarecimentos a respeito da realidade daquele Centro, mas admitiu que o número de funcionários teria ficado reduzido nesta manhã. “Mas todos os órgãos estão funcionando e estamos atendendo a todos dentro das possibilidades”, ressaltou.
Em nota enviada ao Portal Infonet, o subsecretário de Estado de Articulação com os Movimentos Sociais e Sindicais (SUBSEAS), João Francisco dos Santos, informa que o Governo do Estado está empenhado em produzir uma proposta do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) que contemple os anseios das categorias, ouvindo os sindicatos, e realizando os ajustes necessários para que tanto o Governo quanto os trabalhadores sintam-se contemplados com o plano.
Por Cássia Santana
Fonte: Infonet
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