sexta-feira, 8 de junho de 2012

Militares fazem novas ameaças

Após uma trégua de 55 dias, associações de praças da Polícia Militar ameaçam voltar com a Operação Tartaruga no próximo dia 11, data em que se reunirão com o governo local e o Ministério do Planejamento. Eles pedem isonomia salarial com as outras carreiras da segurança pública, como o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) e a Polícia Civil. Chamada de Operação-padrão, a lentidão no trabalho de policiais nas ruas durou 58 dias, no começo deste ano, e contribuiu para aumentar os índices de criminalidade. Para se ter ideia, apenas em março, ocorreram 88 homicídios (leia Memória), ou quase três a cada dia. O comandante-geral da PM, coronel Suamy Santana, avisa que os responsáveis por qualquer tentativa de paralisação do atendimento poderão responder criminalmente pelo ato.

Na manhã de ontem, 250 praças fizeram uma passeata no Eixo Monumental. Mesmo com reunião marcada para discutir as questões trabalhistas, eles reclamavam que o GDF cancelou dois encontros. O grupo que organizou o protesto faz parte do Movimento Unificado, que reúne as associações de praças das duas corporações. Segundo uma das lideranças, o sargento reformado Manoel Sansão Alves Barbosa, se o governo não apresentar uma proposta satisfatória no próximo dia 11, a categoria “poderá reduzir novamente o ritmo de trabalho nas ruas”, como ocorreu entre 14 de fevereiro e 12 de abril.

O comandante-geral da PM desclassificou o que chamou de “tentativa de carreata”. Por outro lado, garantiu que a cúpula das duas corporações e o GDF levam a sério as reivindicações dos praças. Segundo Suamy, algumas lideranças buscam desestabilizar o diálogo entre o governo e a categoria. “O comando-geral reconhece os pleitos e busca melhorias, mas não vai aceitar nenhum tipo de pressão nesse sentido. Não haverá Operação Tartaruga. A polícia está nas ruas. Alguns praças ficaram irritados porque tivemos que esperar a agenda do Ministério do Planejamento. Mas, quando assumi, recebi todas as associações. E nessas reuniões, ficou claro que esse tipo de atitude só desgasta a corporação”, disse.

Tolerância zero

Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação do GDF disse que o governo “valoriza a corporação e investe em logística e recursos humanos”. E deixa claro que “não aceitará nenhum movimento que prejudique ou ponha em risco a segurança da população de Brasília”. O texto diz ainda que a Secretaria de Administração mantém o diálogo com os praças. Como o dinheiro dos salários dos militares vem do Fundo Constitucional, é preciso que o Ministério do Planejamento aprove qualquer mudança.

Marcha lenta

Com o movimento, os PMs evitavam atender chamados corriqueiros, não trafegavam com viaturas acima da velocidade das ruas e diminuíam o policiamento ostensivo. Na ocasião, associações de praças do Corpo de Bombeiros decretaram apoio ao movimento.

Memória e crime de repercussão

Entre os assassinatos registrados durante a Operação Tartaruga da PM e dos bombeiros do Distrito Federal, e que tiveram grande repercussão, está o do analista do Banco Central Saulo Batista Jansen, 31 anos. Ele foi morto a tiro na frente da esposa, da filhinha e de amigos, por volta das 20h de 6 de abril, durante um assalto a clientes de uma lanchonete da 413 Norte. Tiago Pereira Andrade, 21, acusado pelo latrocínio (roubo seguido de morte), foi preso logo depois, no Paranoá. Após o crime, o suspeito ainda teria jogado bola com conhecidos. Agentes encontraram os objetos roubados por ele no telhado de uma casa próxima à que o criminoso estava. Ele escondeu a motocicleta, usada no crime, na sala da residência, na tentativa de não levantar suspeitas. Saulo, a vítima, chegou a ser socorrido e levado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) em estado grave, mas morreu na sala de cirurgia. O servidor foi sepultado no domingo seguinte ao assassinato, no Recife.

Fonte: Exército/Blog do Lomeu

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