domingo, 12 de agosto de 2012

PMs protestam contra mudança na escala de trabalho, em Goiânia

Eles dizem que estão sendo obrigados a estender a jornada de trabalho.
Comando da PM nega que tenha obrigado os PMs a cumprirem o horário

Policiais do Comando de Operações de Recobrimento da Polícia Militar (Core) fizeram um protesto na porta do 1º Batalhão, em Goiânia, na noite de sexta-feira (10). Os militares dizem que estão sendo obrigados a estender a jornada de trabalho.

Os 120 PMs que integram o grupo e 60 viaturas ficaram parados. Os militares alegam que receberam do comando a ordem para estender o expediente por mais três horas e que não foram avisados com antecedência sobre a mudança na escala de trabalho.

“Trouxeram para nós de maneira imposta a escala de 12 por 36 horas, que seria trabalhar em um dia e no outro não. Fora isso, ainda há a obrigatoriedade de trabalhar além do nosso horário”, reclama o sargento Santos.

“Perdi minha faculdade e meu direito de estudar. Essa situação está insustentável na polícia de Goiás. Toda a tropa está cansada e ninguém é voluntário para trabalhar nesse serviço. Trabalhamos com esmero e afinco e não temos nenhum reconhecimento”, destaca o soldado Vilas Boas.
 
Apenas seis militares se colocaram a disposição para estender a jornada. “Isso mostra a falta de efetivo e mais uma vez os militares são quem pagam esse preço, um preço alto”, defende o presidente da União dos Militares de Goiás, Major Júnio Araújo.

O comando da PM nega que tenha obrigado os policiais a cumprirem as horas extras. “Havia uma demanda interna em relação ao cumprimento dessas horas extras de serviço por parte de alguns policiais que se interessaram e apresentaram essa sugestão para o comandante do batalhão para que essas horas fossem cumpridas na sequência de sua jornada normal de trabalho”, explica o tenente coronel Anésio Barbosa, assessor de comunicação da Polícia Militar.

O Core foi criado há sete meses para suprir a falta de efetivo da PM na capital e Região Metropolitana. Segundo um PM que preferiu não se identificar, a falta de estrutura compromete o trabalho da tropa.

Reclamações

“Na verdade o que eles exigem de nós é o sangue no combate de rua, mas nós não somos valorizados. Nós somos muito cobrados pelo alto comando da Polícia Militar com escalas desumanas, com exigências que vão totalmente contra os direitos humanos dos cidadãos. E querem vender uma imagem da polícia para a sociedade como se estivesse tudo tranquilo e na verdade não está”, denunciou.

A assessoria de imprensa da PM informou que o comando reconhece o problema de efetivo da corporação e disse que o governo do estado já autorizou um concurso para a contratação de 1.180 novos policiais. Também de acordo com a assessoria, a PM tem hoje 12, 5 mil homens e que o ideal seria pelo menos 28 mil policiais. A PM informou ainda que a escala extra é uma situação emergencial para atender a demanda.

Fonte: Blog do Anástacio/Portal G1

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