terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Presídio Choque encontra granada com rebelados.

Mulheres se revoltam com ocupação e atiram pedras em PM
Choque ocupa presídio e apreende granada(Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)
Com o fim da rebelião no presídio de Nossa Senhora da Glória, o Pelotão de Choque da Polícia Militar ocupou a unidade e, na revista, encontrou uma granada de efeito moral [arma não letal] e um carregador de fuzil. Durante a revista as mulheres de detentos se revoltaram especulando a possibilidade de haver confronto e espancamentos generalizados contra os presidiários na parte interna do presídio.

Os dois agentes penitenciários, que permaneceram reféns durante toda a rebelião, foram libertados e atendidos em uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (Samu). Eles passam bem, e apenas estão abalados psicologicamente, segundo avaliação do secretário de Justiça e Cidadania, Benedito Figueiredo.

Vendo a ambulância partindo com os agentes, as companheiras de detentos que se concentravam na porta do presídio se revoltaram atirando pedras contra os policiais militares que faziam segurança na parte externa e também contra o veículo, especulando que na unidade do Samu havia detentos feridos, fruto de um suposto confronto. No entanto, a situação estava tranquila na parte interna do presídio, conforme assegurou o coronel Maurício Iunes, comandante geral da Polícia Militar.
Mulheres de detentos se revoltam com ocupação de presídio
Na ala onde os rebelados permaneceram, a equipe do Batalhão de Choque não encontrou aparelhos de telefonia móvel. Mas a polícia acredita que eles estejam de posse desses telefones. “Há ainda uma ala que ainda não foi revistada e eles jogaram material, vamos fazer revista para ver se encontramos alguma coisa no telhado ou em outro local”, explica o coronel Iunes.

Tensão

A madrugada foi de tensão. Houve novos tiros, mas não se registrou feridos. Os policiais conseguiram negociar o fim da violência, mas cerca de 100 visitantes, entre crianças, jovens e idosos, e os dois agentes penitenciários permaneceram reféns até o final desta manhã. Muitas mulheres deixaram o presídio acompanhadas dos filhos, até crianças de colo, visivelmente abaladas. Elas se recusaram a falar com jornalistas, mas uma delas conversou rapidamente com o Portal Infonet e disse que foi obrigada a permanecer no presídio por determinação de outros detentos.
Momentos em que reféns começam a ser libertados em Glória
O senhor Manoel Souza Santos, 71, e a filha Lucivânia Pereira também ficaram reféns. Eles estavam visitando o filho de 'Seu Manoel' que há seis meses cumpre pena por calúnia, segundo revelou o pai dele. “Nem deu tempo de desconfiar. Estávamos em oração, pois somos evangélicos, e foi quando ouvimos foi o barulho dos tiros. Não sei explicar o que aconteceu, mas não tive medo”, comentou 'Seu Manoel'.

Outras mulheres, que estiveram com os companheiros detidos na visita íntima que ocorreu no sábado, 15, se concentraram na porta do presídio garantindo que as companheiras não se tornaram reféns, que elas permaneceram no presídio por espontânea vontade e que queriam acompanhar e apoiar os respectivos maridos.

Uma garçonete, que se identificou como Maraíse Costa, 24, teme novas ocorrências, em grau mais elevado. Ela garante que a rebelião é decorrente de uma tentativa de fuga, na qual estavam para fugir apenas cinco detentos. Como houve reação dos agentes penitenciários e dos policiais militares, os detentos decidiram se rebelar, segundo comentou.
GTA se manteve durante todo o período da rebelião
O coronel Maurício Iunes, comandante da Polícia Militar, e o secretário Benedito Figueiredo, confirmam que a rebelião é consequência de uma tentativa frustrada de fuga. Mas a versão deles diverge da garçonete. O coronel e o secretário garantem que a fuga ocorreria em massa, com mais de 100 detentos da ala onde eles se rebelaram.

Churrasco

O fornecimento de água, energia e alimentação foi suspenso. Mas os detentos, que, armados, mantinham o controle da situação, invadiram a dispensa e roubaram alimentos. “Fizeram um churrasco”, admitiu a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Internados

Os dois agentes penitenciários feridos durante o confronto no presídio de Nossa Senhora da Glória permanecem internados no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). O quadro mais delicado é do agente José Fernandes Almeida Lima, que passou por cirurgia na mão e no antebraço. No presídio, especula-se a possibilidade do agente ficar sequelado e até ser obrigado a amputar a mão afetada pelo tiro, mas esta possibilidade não foi confirmada pela assessoria de comunicação do hospital.

Já Tércio de Oliveira permanece na ala do trauma em estado de observação. O quadro é considerado estável. Os dois policiais militares feridos não foram identificados. Eles estavam na parte externa do presídio quando foram atingidos pelos tiros, no início da tarde do sábado, mas foram liberados no mesmo dia depois que receberam atendimento médico no hospital regional de Glória.

Por Cássia Santana
Fonte: Portal Infonet

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