segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Policiais militares denunciam falta de estrutura nas UPPs do Rio

Más condições de trabalho e falta de segurança seriam problemas recorrentes

Três policiais lotados em UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro revelaram à reportagem da Record detalhes sobre a falta de estrutura e de segurança que enfrentam durante o trabalho nas favelas cariocas. Sem se identificar, um soldado lotado em comunidade da zona norte afirma que os traficantes ainda dão ordens aos moradores e afetam a rotina do local.

— Os policiais estão em um barril de pólvora. Porque dentro da comunidade existem os traficantes, as armas e a população, que vive em função do que manda o traficante. Então, dependendo da postura dele, vai acender esse barril e explodir.

Ela alega ainda que os policiais não estão completamente prontos para lidar com os traficantes infiltrados. Segundo ele, o resultado do despreparo são os constantes confrontos entre policiais e traficantes em comunidades ocupadas pelas forças de pacificação.

As armas, que antes foram retiradas das mãos dos bandidos, aos poucos, voltam para o domínio deles. Na maca de um hospital após participar de uma troca de tiros, um outro PM relatou que fuzis circulam na mãos dos criminosos nas favelas.

Expostos aos riscos do projeto que ainda luta para livrar as favelas do tráfico, sete policiais morreram durante o serviço, desde a inauguração da primeira UPP, no Morro Santa Marta, em Botafogo, em dezembro de 2008.

Para o especialista de segurança pública, Vinícius Cavalcanti, o projeto apresenta uma série de falhas. Segundo ele, as instalações dos postos policiais são necessárias. Mas a presença não basta, é necessário haver melhor preparo no combate à criminalidade.

Indignado, um outro policial lamentou a falta de investimento no treinamento e estrutura oferecidos à Polícia Militar.

— Nunca se viu uma policia militar sendo tão menosprezada como hoje. Porque você não tem estrutura para agir de forma correta, como a sociedade quer, mas também não tem como se defender.

Fonte: Record  R7 Notícias

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