quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Não sou frouxo, sou pai de família, desabafa policial

O parcelamento dos salários dos servidores públicos do estado tem causado muita revolta. Policia Civil e delegados ameaçam fazer greve, ao contrário da policia militar que a legislação proíbe de fazer qualquer tipo de manifestação.

Nesta terça-feira (13), o desabafo feito por um soldado da policia militar em um grupo de whatsapp, chamou a atenção pelo tom de desespero, ao informar que no dia 2 de outubro (eleição), ele estará “vendendo galeto” para sustentar a sua família.

Em tom de desabafo, ele escreveu ” Policial militar- desesperado pai de família, servidor público e vendedor de galeto para manter a família”.

Veja o que diz o policial em seu desabafo:

13 de setembro de 2016, um dia que entra pra história da minha vida, receber salário atrasado e ainda por cima fracionado. Aluguel atrasado, energia e água atrasadas, botijão secando, dispensa e coração vazios, Colégio do filho atrasado, todas as contas possíveis atrasadas, e quando o estado credita o fracionamemto salarial, o Banese não perdoa e deixa minha conta negativada. Em resumo, recebi meu salário atrasado só pra pagar ao Banco do Estado. 

O sentimento de impotência lhe toma o peito, por que policiais militares não têm direito de se indignar, somos escravos, açoitados pelo sistema, amordaçados pela legislação, castrados de direitos básicos inerentes a qualquer servidor público. Mas quando o desespero e o medo da fome espreitam no horizonte, mesmo na condição de servidor militar, algo sobressai dessa condição: ser HUMANO. Alternativas brotam de sua mente: dar o golpe na própria arma que o estado lhe dar e acabar com o próprio sofrimento ou tomar uma decisão mais sábia e fácil: *FAZER GREVE*, *AQUARTELAR*. Como nós policiais militares não temos direito a greve, resta-nos cruzar os braços e ficar dentro dos quartéis sem sair às ruas, para ver então se alguém sente nossa falta e visualizam que estamos em estado de calamidade. 

Eu, Soldado, servidor público sergipano, desesperado pai de família, informo ao senhor governador do estado que não trabalharei nas eleições 2016, pois estarei ocupado na minha folga de sábado e domingo para vender galetos de frango, juntamente com meu pai nos dias 01 e 02 de outubro, pois preciso pagar as minhas contas atrasadas, e se quiserem me prender que me prendam, usem destas leis arcaicas e medievais para estuprarem meus direitos. Vocês só terão meu sangue só no fim. Basta de humilhação. Impeachment já do Governo de Sergipe!

Eu estarei aquartelado no dia 02/10/2016, não sou frouxo, sou pai de familia, e pra defender os meus filhos da fome eu faço o que for necessário. Aquartelamento já! Senhor Governador, caso suas dívidas tenham sido quitadas, favor desconsiderar este aviso! Policial militar- desesperado pai de família, servidor público e vendedor de galeto para manter a família.

Munir Darrage

Fonte: Faxaju

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