domingo, 13 de novembro de 2016

"E a polícia, cê viu?" Escreve policial civil Antônio Moraes

“E a policia, cê viu?”, escreve o policial civil Antonio Moraes em comentário à matéria do FAXAJU
Além de arquivar o pouco que produz, usurpa o trabalho da PM, fazendo parecer ser seu.

Faltou à brilhante matéria do site Faxaju, escrita pelo jornalista Munir Darrage, comentar o fato de cerca de 90% dos inquéritos policiais remetidos ao Poder Judiciário pela Polícia Civil serem meros registros das prisões em flagrante realizadas pelos policiais militares e levadas até a delegacia.

Esses inquéritos nascem prontos, pois as ocorrências policiais (prisões em flagrante), inicialmente registradas pelos policiais militares, já trazem definidas autoria e a materialidade dos fatos criminosos. A Polícia Civil única e tão somente registra (mais uma vez) essas ocorrências, dando a falsa impressão de que esta decorre de seu trabalho.

Atualmente, o trabalho investigativo da PC se resume às poucas e sempre midiáticas e convenientes operações de algumas poucas (e sempre as mesmas) unidades policiais especializadas (DENARC e DEOTAP) e de algumas poucas unidades territoriais do interior. Não representam estatisticamente 5% do possível trabalho investigativo da PC SE.

As delegacias territoriais (metropolitanas e municipais) foram sucateadas. De unidades policiais civis foram transformadas em pseudos “varas criminais” para alimentar os egos dos “dotôres” que, frustados em não serem juizes, afundam a instituição na exagerada burocracia judicialiforme.

A Polícia Civil de Sergipe foi transformada por sucessivos gestores despreparados e incompetentes em um arremedo de “vara criminal” com um imenso cartório inútil que faz retrabalho com o resultado do trabalho (prisões) unicamente repressivo da Polícia Militar.

Caberia ao governador do Estado, chefe primeiro dos órgãos de Segurança Pública estaduais, observar esse reiterado contexto e ouvir a sociedade sobre propostas de modernização da atividade policial desempenhada em Sergipe. Anunciar realização de concurso e de compras de equipamento é a retórica repetida pelo maus gestores públicos.

Antonio Moraes é policial civil, ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe, bacharel em Direito (aprovado no exame da OAB) e aluno do curso de especialização em ‘Gestão e Modernização Instituicional da Segurança Pública’, realizado pela UFS em parceria com o Ministério da Justiça

Fonte: Faxaju

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