Muitos comentários foram publicados sobre a declaração do deputado Marcelo Freixo (PSOL/RJ) de que “precisamos olhar a polícia enquanto classe trabalhadora”, em uma entrevista à revista Carta Capital. A declaração vai ao absurdo de defender que os inimigos da classe trabalhadora sejam vistos como iguais. No Rio de Janeiro, onde a polícia é uma ameaça constante à vida dos mais pobres, as palavras do deputado não encontram nenhum lastro na realidade.
As polícias não produzem nada e empunham suas armas contra os trabalhadores e suas demandas, algo muito fácil de observar em qualquer manifestação popular. Na verdade, os argumentos de Freixo e do PSOL são uma desculpa para justificar que o principal inimigo da população brasileira, que pratica um verdadeiro genocídio contras os negros e pobres, seja incluído entre o trabalhadores. Espera-se com isso que o policial seja visto da mesma maneira que um metalúrgico vê um bancário ou que um pedreiro vê um lavrador, algo completamente impossível. Isso só interessa para a direita e para as forças repressoras.
O termo coxinha nasceu para designar a polícia e os coxinhas de direita receberam esse nome por sua devoção correspondida à polícia. Ao dizer que a polícia deve ser vista com empatia, como igual, Freixo desestimula a reação popular contra violência injustificada que o povo sofre da polícia. Freixo está acobertando os assassinos que sumiram com Amarildo e matam milhões de pobres. Qualquer debate sobre a segurança dos trabalhadores está em posição totalmente contrária à Polícia Militar e às polícias existentes no Brasil.
Com os números da violência policial no Brasil, essa afirmação é um verdadeiro absurdo. Sem dúvidas, um caso singular de oportunismo e defesa da direita. Segundo a própria Secretaria do Estado de Segurança Pública de São Paulo, responsável pela PM, 459 pessoas foram mortas pela polícia entre janeiro e julho de 2017.
O projeto da esquerda para a segurança deve ser a extinção da polícia, que é uma força armada contra o povo e os mais pobres, treinada e preparada para agir com violência nas periferias e contra os explorados. Não é sequer discutível que o projeto de segurança para a esquerda seja eleger um deputado policial pelo PSOL, como deseja Freixo. Não PSOL, os policiais não são trabalhadores e muito menos são a perspectiva de segurança para os trabalhadores.
Nota do Blog: Policial é trabalhador. Merece carga horária, alimentação condizente e condições de trabalho dignas.
Fonte: Blog Causa Operária
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