O governo do Estado iniciou na tarde de ontem, 03, uma nova fase na negociação com os servidores militares (policiais e bombeiros) de Sergipe. Em reunião ocorrida na Secretaria de Estado da Administração com a nova comissão de representantes do governo, foram retomadas as discussões acerca das propostas apresentadas pela categoria no início de fevereiro.
Presentes à reunião estiveram os secretários Jorge Alberto (Administração), Kércio Pinto (Segurança Pública) e o secretário adjunto da Secretaria da Fazenda, Fernando Marcelino, além dos comandantes da Polícia Militar, Cel Magno Silvestre, e do Corpo de Bombeiros, Cel Nailson Santos. Pelas Associações Unidas todas as entidades integrantes do movimento estavam representadas.
O secretário Jorge Alberto e o secretário adjunto da SEFAZ, Fernando Marcelino, apresentaram dados técnicos, mostrando aos militares a situação atual do Estado em termos de receitas e despesas, e explicando os motivos do governo para pregar a cautela nesse momento de crise no que diz respeito aos gastos do Estado, inclusive com a folha de pagamento. Os dados apresentados não podem ser considerados ideais, mas mostram claramente que há condições de se negociar através do diálogo e de se chegar a um consenso. Foi o que demonstrou o capitão Samuel, que municiado de várias informações acerca da saúde financeira do Estado deixou clara a condição de o governo atender de alguma forma o pleito da categoria.
A seriedade demonstrada pelo secretário Jorge Alberto, que se mostrou preocupado com a questão, bem como os dados apresentados pelos dois representantes do governo, deixaram os líderes da categoria um pouco mais otimistas, ainda que notadamente sem excessos. Para o capitão Samuel os números não foram tão ruins quanto ele esperava. "Pensei que sairia daqui menos otimista hoje, mas ao contrário, acho que há possibilidades de chegarmos a um consenso", declarou. Jorge apresentou ainda números referentes ao estudo de duas tabelas, encaminhadas pelo secretário Kércio Pinto, na qual estavam calculados o impacto na folha de pagamento dos militares.
A decepção da reunião ficou por conta do secretário da Segurança Pública, Kércio Silva Pinto. Questionado pelo sargento Vieira se entre as tabelas encaminhadas à SEAD estava também a tabela apresentada pelos líderes da classe no dia 03 de fevereiro, Kércio assumiu que não. Com essa declaração, o secretário perdeu de vez a confiança dos militares, que consideraram um desrespeito o fato de uma proposta apresentada pela categoria, com o aval de mais de dois mil militares, ter sido simplesmente desconsiderada.
Para o sargento Araújo, presidente da Asprase, renascem as esperanças nessa nova negociação, mas o otimismo é contido. "Se de um lado o governador nos faz ameaças, do outro tivemos a impressão de que outros membros do governo pretendem resolver a questão de forma sensata. Como sabemos que essas pessoas têm acesso direto ao governador, acreditamos que através delas ele possa perceber que o nosso movimento não é contra a pessoa do governador, mas contra a situação em que se encontram os militares deste Estado. Acreditamos que o bom senso prevalecerá.", disse Araújo. Ele informou ainda que ficou acertado que na próxima semana o secretário Jorge Alberto, que assumiu a mediação da negociação, entrará em contato com os representantes dos militares para agendar nova reunião, uma vez que a SEFAZ ainda não dispõe do balanço do 1° trimestre de 2009, necessário para que se possa fazer as projeções de receita e despesa dos demais meses do ano.
Ao final da reunião, dezenas de militares e repórteres aguardavam a saída dos representantes das associações para saber o que tinha ocorrido. Na rua Vila Cristina em frente à SEAD, onde o trânsito precisou ser desviado, policiais e bombeiros com os seus coletes vermelhos ouviram atentamente os discursos dos líderes do movimento, que agradeceram a presença e o apoio de todos e transmitiram informações sobre a negociação.
Ao final todos foram mais uma vez convocados para comparecerem ao próximo ato, que será a doação de sangue no HEMOLACEN. Outra idéia surgida no encontro foi a de que cada militar leve para a assembléia geral do dia 23 de março, pelo menos um quilo de alimentos não perecíveis, que serão destinados aos nossos irmãos sertanejos, em mais um gesto de solidariedade humana da categoria. A idéia foi complementada por um militar no Programa Fala Segurança, exibido na manhã de hoje na rádio Jornal AM. Em sua participação, ele sugeriu que além do alimento, fosse também doado por cada militar um litro de água mineral, já que a falta de água no sertão é o mais grave problema que o povo enfrenta, e que nunca é resolvido pelos governantes. Os militares seguem com o movimento e o calendário de atividades até que seja dada uma resposta definitiva sobre o pleito da categoria.
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