sexta-feira, 19 de junho de 2009

Lideranças dos militares informam em assembleia que negociação com o governo está avançando


Militares lotaram quadra do Colégio Militar

Em nova assembleia geral dos militares, realizada na tarde de hoje, a categoria lotou a quadra do Colégio Militar de Sergipe, no Centro de Aracaju, onde lideranças da classe transmitiram aos policiais e bombeiros a informação de que as negociações entre o Comando da PM e o governo estão avançando.

Segundo o capitão Samuel, integrante das Associações Unidas, o nível superior para ingresso na carreira deve ser aprovado tanto para oficiais quanto para praças, como reivindica a classe. A princípio a intenção do governo era aprovar a exigência apenas para o ingresso no oficialato.

A carga horária também deve ser aprovada, mas não será de 30 horas semanais como pediram os militares e nem de 44 horas como queria o governo, mas sim de 40 horas, devendo ser aplicada a partir de janeiro de 2010. Samuel explicou que a aplicação da nova jornada de trabalho somente em janeiro se deve à necessidade de o governo, durante esse intervalo de tempo, realizar os estudos necessários acerca das despesas do Estado com o pagamento de horas extras para os policiais e bombeiros militares, que também deverá ser regulamentado.

Capitão Samuel: "o momento é de definição".

Quanto ao acordo sobre salários, a notícia é de que houve um avanço significativo na negociação. "Já chegamos a uma proposta por parte do governo de R$ 2.500,00 para o soldado, mas da nossa parte não aceitamos conversar com valores abaixo de R$ 3.000,00", disse Samuel. Ao que tudo indica, o reajuste dos militares deve ser concedido em três etapas, o que só será confirmado quando finalizado o acordo, e será retroativo a maio de 2009, assim como o dos demais servidores. As associações prometem continuar lutando para alcançar o maior ganho possível para a classe, já tão desvalorizada e desprestigiada.

Para os líderes da categoria, se for levado em conta que a proposta inicial do governo era de 11% de reajuste, o avanço já foi bastante significativo, mas a luta não acaba até que se atinja o limite máximo possível. Eles aguardam também a definição acerca dos militares da Reserva Remunerada, que pelo acordo que está sendo trabalhado devem atingir a isonomia com os militares da ativa. "Se conseguirmos isso serão duas grandes vitórias: uma para quem está na reserva, que vai ter um ganho salarial muito elevado e merecido, e outra para quem está na ativa, que ganha a segurança de saber que não sofrerá mais perdas em seus vencimentos quando for trasferido para a reserva remunerada", declarou o sargento Araújo, que também integra o movimento.


Sargento Denis, ex-deputado estadual na Paraíba, apoiou os militares de Sergipe

A assembleia desta tarde contou ainda com a participação de militares do Piauí e da Paraíba, representantes de classe em seus estados e que se encontram em Sergipe. Entre eles estava o sargento Denis, companheiro do sargento Araújo na Associação Nacional de Praças (ANASPRA). Denis é ex-deputado estadual na Paraíba e em sua fala aos militares sergipanos, conclamou todos a estarem unidos e a confiarem nas lideranças da classe. "Unidos ombro a ombro, como diz o hino da Polícia Militar de Sergipe. É assim que vocês precisam estar", disse Denis.

Como bom político, Denis também não deixou de tocar no assunto. Ele disse que é inconcebível que com vinte e quatro cadeiras na Assembleia Legislativa, os militares de Sergipe ainda não tenham ocupado uma sequer. "Vocês precisam começar a pensar nisso. Não há nada mais próximo do que política e polícia. É preciso que a classe ocupe seu espaço", disse o sargento com a experiência de quem já foi eleito com o apoio da sua classe em seu Estado.

As lideranças também pediram aos militares que não dessem atenção às várias tabelas que estão sendo divulgadas entre a classe. "Isso está sendo feito por pessoas que querem apenas tumultuar o processo. O que há de concreto está sendo negociado entre Comando e Governo e será divulgado no momento oportuno", disse o capitão Samuel.

Próxima assembleia

A categoria decidiu durante a assembleia que manterá o ritmo normal de trabalho enquanto as negociações estiverem em andamento e avançando, a fim de não prejudicarem os entendimentos entre o Comando Geral e o governo do Estado. Eles decidiram também que farão nova assembleia na próxima sexta-feira, 26, às 15:00h, também no Colégio Militar, mas não descartaram a possibilidade de uma assembleia extraordinária antes dessa data, caso surja algum fato novo e relevante.

Militares do Piauí e Paraíba em apoio à luta dos companheiros sergipanos

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