Representantes da Asprase visitaram os policiais na delegacia de Santana
O presidente da Asprase, sargento Araújo, e o diretor de comunicação da entidade, cabo Adelino Neto, passaram toda esta sexta-feira, 17, visitando policiais militares que trabalham na região do Baixo São Francisco. Eles tomaram conhecimento das condições extremamente precárias nas quais trabalham os policiais militares da 2ª Companhia do 2° Batalhão da Polícia Militar, lotados no município de Santana do São Francisco, e decidiram ver de perto a situação.
Antes de ir a Santana, o sargento Araújo já havia encaminhado ofício ao Comandante Geral da PM, coronel Pedroso, e ao secretário de Segurança Pública, Dr. João Eloy, informando a situação, inclusive com fotos das instalações da delegacia, que não oferece as mínimas condições de trabalho para os militares. No ofício o presidente da Asprase solicitou o agendamento de uma reunião para tratar do assunto e pediu às citadas autoridades que adotassem medidas quanto ao problema.
Mato em frente à delegacia denuncia o estado de abandono
Na delegacia, toda a situação relatada foi confirmada. Banheiros sem condições de uso, um deles sem ter sequer uma porta; armas guardadas em local inseguro; alojamento que não oferece a mínima segurança para o descanso do policial, já que no lugar da janela, há uma escora feita com uma porta de madeira; porta sem fechaduras; carceragem em péssimas condições, etc... Enfim, uma instalação totalmente incapaz de receber policiais, presos e cidadãos em busca de apoio policial.
Alojamento dos policiais não oferece a mínima segurança
Na delegacia não há sequer um policial civil, fato comum nas delegacias da região, à exceção de Neópolis e Pacatuba, onde segundo informações dos próprios PM’s ainda há policiais civis. A responsável pela delegacia de Santana do São Francisco é a delegada de Neópolis, cidade para onde são encaminhadas todas as ocorrências do pequeno município. A delegada não dá expediente em Santana devido à falta de condições para desempenhar seu trabalho.
Da Polícia Civil, só restou o emblema na porta da delegacia
O problema de Santana do São Francisco não é novo. Conforme informou o 2° Sgt Benaldo, comandante do DPM (Destacamento Policial Militar), o fato já foi informado ao juiz da Comarca de Neópolis e há alguns dias a promotora da Comarca esteve visitando a delegacia, mas até agora nada de concreto foi feito. Este Blog também já denunciou o fato (clique aqui para acessar a matéria), mostrando as fotos que comprovam a situação de abandono em que se encontra a delegacia do município
Ilha das Flores
Em Ilha das Flores a história não é muito diferente. Todas as ocorrências são encaminhadas para Brejo Grande, onde trabalha a delegada que responde pelos dois municípios. Na delegacia de Ilha, a situação é parecida com a de Santana do São Francisco. Lá foi constatado que há uma fossa estourada há tempos, sem que nunca tenha sido providenciado o reparo necessário.
Insalubridade: Fossa continua estourada na delegacia de Ilha das Flores
Para tomar banho, os policiais precisam ficar de pé sobre dois tijolos para que a água que retorna do esgoto não atinja seus pés. Um PM que trabalha na delegacia informou que ao usar o banheiro e dar a descarga, a água que desce do vaso sanitário retorna junto com seus dejetos pelo ralo do box.
Em Ilha das Flores o fogão da delegacia só tem um queimador para cozinhar
Em Brejo Grande também não há policiais civis na delegacia, exceto quando a delegada se faz presente no município acompanhada destes policiais. Segundo informações, a delegada de Brejo Grande teria dito que não trabalha na delegacia de Ilha das Flores enquanto não forem providenciadas reformas que possam lhe garantir condições de trabalho.
A posição das duas delegadas, tanto de Neópolis quanto de Brejo Grande está correta. Errada está a Polícia Militar em permitir que seus profissionais atuem em ambientes insalubres e inseguros como as citadas delegacias. Ao se recusarem a trabalhar nestas delegacias, ou ao impedir que seus comandados trabalhem nestes locais, as delegadas estão exercendo o direito de exigir que o Estado lhes ofereça condições dignas de trabalho, e cumprindo o dever de defender os interesses daqueles que lhes são subordinados.
Já está na hora da PM aprender esta lição e passar a agir da mesma forma, pois se essas delegacias são ambientes insalubres para os policiais civis, por que não o são para os policiais militares? É preciso dar um basta nessa situação e em tantas outras semelhantes que se espalham por nosso Estado.
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