sexta-feira, 17 de julho de 2009

Diretores da Asprase visitam policiais militares do Baixo São Francisco

Delegacia de Santana do São Francisco está em estado deplorável

Representantes da Asprase visitaram os policiais na delegacia de Santana

O presidente da Asprase, sargento Araújo, e o diretor de comunicação da entidade, cabo Adelino Neto, passaram toda esta sexta-feira, 17, visitando policiais militares que trabalham na região do Baixo São Francisco. Eles tomaram conhecimento das condições extremamente precárias nas quais trabalham os policiais militares da 2ª Companhia do 2° Batalhão da Polícia Militar, lotados no município de Santana do São Francisco, e decidiram ver de perto a situação.

Antes de ir a Santana, o sargento Araújo já havia encaminhado ofício ao Comandante Geral da PM, coronel Pedroso, e ao secretário de Segurança Pública, Dr. João Eloy, informando a situação, inclusive com fotos das instalações da delegacia, que não oferece as mínimas condições de trabalho para os militares. No ofício o presidente da Asprase solicitou o agendamento de uma reunião para tratar do assunto e pediu às citadas autoridades que adotassem medidas quanto ao problema.
Mato em frente à delegacia denuncia o estado de abandono

Na delegacia, toda a situação relatada foi confirmada. Banheiros sem condições de uso, um deles sem ter sequer uma porta; armas guardadas em local inseguro; alojamento que não oferece a mínima segurança para o descanso do policial, já que no lugar da janela, há uma escora feita com uma porta de madeira; porta sem fechaduras; carceragem em péssimas condições, etc... Enfim, uma instalação totalmente incapaz de receber policiais, presos e cidadãos em busca de apoio policial.
Alojamento dos policiais não oferece a mínima segurança

Na delegacia não há sequer um policial civil, fato comum nas delegacias da região, à exceção de Neópolis e Pacatuba, onde segundo informações dos próprios PM’s ainda há policiais civis. A responsável pela delegacia de Santana do São Francisco é a delegada de Neópolis, cidade para onde são encaminhadas todas as ocorrências do pequeno município. A delegada não dá expediente em Santana devido à falta de condições para desempenhar seu trabalho.

Da Polícia Civil, só restou o emblema na porta da delegacia

O problema de Santana do São Francisco não é novo. Conforme informou o 2° Sgt Benaldo, comandante do DPM (Destacamento Policial Militar), o fato já foi informado ao juiz da Comarca de Neópolis e há alguns dias a promotora da Comarca esteve visitando a delegacia, mas até agora nada de concreto foi feito. Este Blog também já denunciou o fato (clique aqui para acessar a matéria), mostrando as fotos que comprovam a situação de abandono em que se encontra a delegacia do município

Ilha das Flores

Em Ilha das Flores a história não é muito diferente. Todas as ocorrências são encaminhadas para Brejo Grande, onde trabalha a delegada que responde pelos dois municípios. Na delegacia de Ilha, a situação é parecida com a de Santana do São Francisco. Lá foi constatado que há uma fossa estourada há tempos, sem que nunca tenha sido providenciado o reparo necessário.

Insalubridade: Fossa continua estourada na delegacia de Ilha das Flores

Para tomar banho, os policiais precisam ficar de pé sobre dois tijolos para que a água que retorna do esgoto não atinja seus pés. Um PM que trabalha na delegacia informou que ao usar o banheiro e dar a descarga, a água que desce do vaso sanitário retorna junto com seus dejetos pelo ralo do box.
Em Ilha das Flores o fogão da delegacia só tem um queimador para cozinhar

Em Brejo Grande também não há policiais civis na delegacia, exceto quando a delegada se faz presente no município acompanhada destes policiais. Segundo informações, a delegada de Brejo Grande teria dito que não trabalha na delegacia de Ilha das Flores enquanto não forem providenciadas reformas que possam lhe garantir condições de trabalho.

A posição das duas delegadas, tanto de Neópolis quanto de Brejo Grande está correta. Errada está a Polícia Militar em permitir que seus profissionais atuem em ambientes insalubres e inseguros como as citadas delegacias. Ao se recusarem a trabalhar nestas delegacias, ou ao impedir que seus comandados trabalhem nestes locais, as delegadas estão exercendo o direito de exigir que o Estado lhes ofereça condições dignas de trabalho, e cumprindo o dever de defender os interesses daqueles que lhes são subordinados.

Já está na hora da PM aprender esta lição e passar a agir da mesma forma, pois se essas delegacias são ambientes insalubres para os policiais civis, por que não o são para os policiais militares? É preciso dar um basta nessa situação e em tantas outras semelhantes que se espalham por nosso Estado.

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