quinta-feira, 23 de julho de 2009

Policiais Militares da Bahia deflagram movimento por melhores salários

Diretores da Asprase participaram da assembleia a convite de lideranças da PMBA

PM's lotam Clube dos Bancários em Salvador para reivindicar melhores salários 

Na manhã desta quinta-feira, 23, os policiais militares do Estado da Bahia realizaram assembleia geral unificada da categoria, dando início à mobilização por melhores salários. A assembleia aconteceu no Clube dos Bancários, em Salvador, que ficou lotado pelos milhares de militares que lá compareceram.

Os PM's se deslocaram de diversos municípios do interior baiano. Em caravanas, policiais de Feira de Santana, Ilhéus, Itaberaba, Itabuna, Camaçari, Paulo Afonso e de tantas outras cidades, foram até a capital baiana atendendo ao chamado das associações da classe e do deputado estadual Capitão Tadeu (PSB), que também está à frente do movimento.
Deputado Capitão Tadeu conversa com militares sergipanos

Inspirados pela luta dos militares de Sergipe, que realizaram o Movimento Tolerância Zero, a PM baiana pretende deflagar o Movimento Polícia Legal, com o lema "Pela lei, com a lei e dentro da lei". Cartilhas explicativas do movimento foram distribuídas com os policiais, a fim de que todos tomassem conhecimento das propostas apresentadas ao governo e de como os militares deverão se comportar caso o movimento seja mesmo deflagrado.

A convite da ASPRA Bahia e do diretor de mobilização política da Anaspra (Associação Nacional de Praças), Marco Prisco, o presidente da Asprase e diretor de intercâmbio da Anaspra, sargento Araújo, o diretor de comunicação da Asprase, cabo Adelino, e o presidente da ASSPM/SE, sargento Prado, estiveram em Salvador para manter intercâmbio com os colegas baianos e falar a respeito de como se deu o movimento ocorrido em Sergipe.

Sargento Araújo prega união da classe como ponto fundamental para atingir os objetivos

O que se percebeu foi que o movimento feito em Sergipe acabou se tornando um referencial para a PMBA, bem como para policiais de outros estados. Os militares de Sergipe não só fizeram uso da palavra e foram aplaudidos pela massa que tomou o Clube dos Bancários, como foram também procurados pela imprensa local para conceder entrevistas falando sobre a experiência vivida pelos integrantes da PMSE.

Sargento Prado concede entrevista à TV Bahia, afiliada da Rede Globo

Em seus discursos, os sargentos Araújo e Prado enfatizaram a necessidade da união das associações entre si, como também de toda a classe. Eles conclamaram os PM's a confiarem nas associações, respaldarem o movimento e a manterem a postura firme até o fim, agindo sempre sob o abrigo da lei e conquistando o apoio da sociedade.

Semelhanças

Na Bahia, como em Sergipe, um dos motivos da revolta dos militares foi o reajuste concedido pelo governo à Polícia Civil, que segundo informações foi de 54%, enquanto que os militares nada receberam de aumento salarial. Além disso, as péssimas condições de trabalho em muitos locais, a falta de equipamentos de proteção individual (EPI), entre outros problemas, acentuaram a indignação da classe. Some-se a isso o elevado número de mortes de policiais militares nos últimos meses e está aceso o pavio da bomba.

Anistia

Outro ponto reivindicado pela classe é a anistia e reintegração de policiais militares que foram demitidos devido à sua atuação nos movimentos reivindicatórios de 1991 e 2001. Eles lembram que a anistia administrativa dos PM's punidos na greve de 2001 foi uma das promessas de campanha do atual governador Jaques Wagner (PT). Entre estes PM's está o soldado Marco Prisco, diretor da Anaspra, demitido desde 2001 e ainda aguardando a reintegração, que para boa parte dos militares já foi concedida, restando ainda oito PM's.

O ex-Soldado Marco Prisco, mesmo demitido, permanece na linha de frente nas lutas da classe

Governo sinaliza com negociação

A realização da assembleia dos militares repercutiu no Estado e diante da força demonstrada pelos policiais já no início do movimento, o governo decidiu marcar para a tarde de hoje, 23, uma reunião entre as associações, o Comandante Geral e os secretários de Estado da Administração e de Relações Institucionais, a fim de iniciar a negociação com a classe.

Diante de tal sinalização, a classe resolveu aguardar mais uma semana para ver se o governo atende a classe, mas já deixaram uma nova assembleia marcada para o próximo dia 31 de julho, sexta-feira, na qual, a depender do resultado da negociação, poderá ser deflagrado o movimento Polícia Legal, que pode ser iniciado com a parada das viaturas operacionais, como ocorreu em Sergipe, já que os motoristas da PMBA alegam estar na mesma situação que os sergipanos em relação ao previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que exige curso específico para a condução de veículos de emergência. Os PM's baianos reivindicam um salário de R$ 4.000,00 reais para os soldados da Corporação.

Sargento Araújo, Agnaldo Pinto (APPM/BA), José Dias (ASPOL/BA), sargento Prado e cabo Adelino.


Sargento Araújo, Marco Prisco (Aspra/BA e Anaspra), cabo Adelino, sargento Prado e o major Sílvio Correia (Força Invicta).

2 comentários:

  1. Boa sorte a todos policiais, que Deus abençoe vocês,pois, merecem devido ao grande risco que enfrentam nesta cidade tão violenta que é salvador/Bahia.

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  2. Vamos continuar unidos e lutando por essa causa e tb sem abrir mao do retorno aos colegas demitidos...estamos juntos e torcendo positivamente, abraços.

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