O “Big Brother Brasil 10”, exibido pela TV Globo, foi o programa de TV que mais recebeu denúncias de desrespeito aos direitos humanos na campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania". O programa lidera o 17º Ranking da Baixaria na TV, divulgado há pouco em seminário na Câmara.

O 2º lugar do ranking, com 105 denúncias, foi o programa “Pegadinhas picantes”, exibido pelo SBT. Em terceiro lugar ficou o “Pânico na TV”, apresentado pela Rede TV. Figuram no quarto e quinto lugar da lista, respectivamente, os programas os regionais “Se liga Bocão”, da Record, e “Bronca na TV”, do SBT.
Os dados foram apresentados há pouco pela representante da Executiva da Campanha pela Ética na TV, Cláudia Cardoso.
A campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" foi lançada em 2002 pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias em parceria com entidades da sociedade civil.
Homofobia e nudez
De acordo com o pesquisador e jornalista Cláudio Ferreira, da TV Câmara, foram registradas diversas reclamações com relação ao Big Brother sobre comportamentos homofóbicos e incitação à violência do participante Marcelo Dourado – que acabou sendo o vencedor da edição.
Para Cláudio Ferreira, a sociedade precisa estar atenta aos reality shows. “A televisão, com seus parâmetros comerciais, não vai desistir desse tipo de programa, que custa pouco e rende muito”, afirmou.
Ferreira destacou que, em geral, houve muitas reclamações em relação à exposição exagerada do corpo das pessoas. “Ainda há uma parcela da população que é conservadora em relação a temas relativos a nudez e sexualidade, e a diversidade precisa ser respeitada”, destacou.
A representante da Executiva da Campanha pela Ética na TV Cláudia Cardoso disse que o programa “Pânico na TV”, apesar de figurar em 3º lugar no ranking atual, tem aparecido seguidas vezes na lista dos programas denunciados por desrespeito aos direitos humanos.
“Há desrespeito e tortura. Os trabalhadores são submetidos a situações constrangedoras, como enfiar a cabeça na privada e dar descarga”, afirmou.
Resultados da campanha
Cláudia Cardoso informou que, apesar de ainda haver casos recorrentes, a campanha pela ética na TV já obteve várias conquistas para a sociedade, como mudanças de horários de programas e até cancelamento de contratos de apresentadores. Segundo ela, os pareceres trazem em comum a necessidade de acionar o Ministério Público para a realização de termos de ajustamento de conduta.
Para a representante da campanha, o controle social da mídia também precisa ser transformado em lei. “É um contrassenso que as empresas percam a dimensão do serviço que prestam, principalmente por serem uma concessão pública”, afirmou.
O seminário sobre mídia e direitos humanos foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. O evento terminou há pouco.
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Para saber mais, leiam:
Mídia tem medo do controle social, diz ONG feminista - http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/COMUNICACAO/147498-MIDIA-TEM-MEDO-DO-CONTROLE-SOCIAL,-DIZ-ONG-FEMINISTA.html
PNDH não é a ameaça para os meios de comunicação, diz sociólogo - http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/COMUNICACAO/147497-PNDH-NAO-E-AMEACA-PARA-OS-MEIOS-DE-COMUNICACAO,-DIZ-SOCIOLOGO.html
Jornalista defende compromisso da mídia com Direitos Humanos - http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/COMUNICACAO/147494-JORNALISTA-DEFENDE-COMPROMISSO-DA-MIDIA-COM-DIREITOS-HUMANOS.html
Direitos humanos debate diretrizes de comunicação do PNDH 3 - http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/DIREITOS-HUMANOS/147307-DIREITOS-HUMANOS-DEBATE-DIRETRIZES-DE-COMUNICACAO-DO-PNDH-3.html
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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