sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Comandante da PM se reúne com policiais militares femininas

Cel Pedroso foi sabatinado pelas PFem e discutiu os problemas enfrentados por elas na corporação

Auditório do Banese estava praticamente lotado



Diretoras da Asimusep/SE compuseram a mesa com o Comandante Geral


Na manhã desta quinta-feira, 2, foi realizada reunião entre o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel José Carlos Pedroso, e policiais militares femininas. O encontro aconteceu no auditório do Banese - Agência Augusto Maynard, que ficou praticamente lotado. Também participaram da reunião integrantes da Diretoria Executiva da Asimusep/SE (Associação Integrada das Mulheres da Segurança Pública de Sergipe).

O encontro serviu para que o Comandante Geral discutisse com as policiais femininas (PFem) os problemas enfrentados por elas na corporação, como a questão da falta de instalações apropriadas para as policiais; as denúncias de assédio que foram recentemente veiculadas pela mídia; a falta de equipamentos adequados para as mulheres, como por exemplo coletes e coturnos; a garantia dos direitos das PFem, como a licença maternidade de 180 dias, entre outras questões.

O coronel Pedroso foi sabatinado pelas PFem, que expuseram muitas de suas angústias e as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia da corporação. Em defesa dos seus direitos elas falaram de situações enfrentadas por policiais gestantes e mães com filhos em fase de amamentação, algumas inclusive exemplificaram os problemas expostos contando fatos que elas próprias vivenciaram, como a tenente Evangelina, que afirmou que um de seus filhos, que à época ainda era amamentado, teve sérios problemas de saúde ao ficar dois dias longe da mãe, escalada para trabalhar nas eleições. 

Muitos foram os problemas apresentados e o Comandante da PM garantiu às PFem que atenderá algumas destas reivindicações através de atos administrativos, que deverão ser publicados em Boletim Geral Ostensivo. Por outro lado o coronel Pedroso pediu às policiais que informem ao Comando caso qualquer dessas determinações não esteja sendo cumprida.

Ao final da reunião a presidente da Asimusep/SE, Svetlana Barbosa, conversou com as militares que permaneceram no auditório. Ela apresentou à nova associação às suas colegas e explicou que não se trata de uma entidade apenas de militares, mas que agrega servidoras de todos os órgãos do setor segurança pública. Svetlana falou do trabalho que já vem sendo realizado pela entidade e dos benefícios oferecidos. Ela deixou claro que não estaria incentivando a saída das colegas de outras associações, mas pediu apoio para o crescimento da Asimusep/SE.

Para Svetlana a abertura de um canal de diálogo com o Comando da PM é de extrema importância, pois abre a perspectiva de que os problemas das mulheres da PM possam ser expostos a quem pode apresentar soluções. Segundo as diretoras da Asimusep/SE este mesmo comportamento será repetido junto aos demais órgãos onde a nova entidade possua associadas representadas, como a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, entre outros.

Svetlana Barbosa, presidente da Asimusep/SE, pediu o apoio das companheiras

Em apoio às PFem e à Asimusep/SE, os presidentes da Asprase e da Associação dos Subtenentes e Sargentos (ASSPM/SE) também acompanharam a reunião, a fim de tomar conhecimento dos reclames das policiais e das atitudes que serão tomadas pelo Comando da PM a respeito. Outro que também esteve presente foi o deputado estadual eleito Capitão Samuel, que se colocou à disposição da associação e das servidoras da segurança pública durante o seu mandato que se inicia em 2011.

Para o sargento Araújo, presidente da Asprase, a criação da Asimusep tem uma parcela de contribuição das associações e sindicatos dos diversos órgãos da categoria, que de certa forma teriam se omitido em relação aos problemas específicos das mulheres. Araújo disse que a Asprase chegou a tentar criar um núcleo feminino, porém sem sucesso. Tentativa semelhante foi feita pelo presidente da ASSPM/SE, sargento Prado, também sem obter êxito. Em tom de brincadeira a presidente da Asimusep/SE afirmou: "Vocês não procuraram as pessoas certas".

Na visão do sargento Araújo a criação da Asimusep/SE é legítima e tem uma finalidade totalmente compreensível. Apesar de entender que a criação de mais uma associação fragmenta ainda mais a classe, o presidente da Asprase apoia a nova entidade, pois além de não agregar apenas militares, ela terá como papel fundamental trabalhar em busca de objetivos específicos voltados para os interesses do contingente feminino das organizações representadas.

Prado e Araújo elogiaram a postura da diretoria da entidade, que demonstrou que buscará através do diálogo as soluções para os problemas de suas representadas. Ambos colocaram a Asprase e a ASSPM à disposição da presidente da Asimusep/SE, que agradeceu o apoio e afirmou que procurará essas entidades sempre que precisar. "Nossas entidades devem atuar sempre como parceiras. De certa forma, somos todos concorrentes, o que não nos torna adversários e muito menos inimigos, principalmente quando o que está em jogo são os interesse da coletividade", afirmou o sargento Araújo.

Os sargentos Araújo e Prado acompanharam a reunião em apoio à Asimusep/SE

3 comentários:

  1. Não estou gostando da posição de vcs da asprase, confesso que vou sai dessa associação que vcs preside, estão muito do lado do cmt da pmse e esquecendo o que deveriam fazer,estou pagando a esta associação atoa.

    ResponderExcluir
  2. FOI UM PRAZER VER O BANESE QUASE LOTADO DE POLICIAIS FEMININAS, APESAR DE TERMOS SIDO CONVOCADAS VIA BOLETIM, NÃO HOUVE LISTA DE PRESENÇA POR DA PM, MOSTRANDO DESTA FORMA QUE AS FEMININAS NÃO FORAM COAGIDAS A MARCAR PRESENÇA, E AS PARTICIPANTES QUE O QUE FOI DEBATIDO E DE INTERESSE NOSSO. ESPERO QUE O SR CMT GERAL POSSA CUMPRIR PARTE DAS PROPOSTAS ELENCADAS NA REUNIÃO. PARABENS ASIMUSEP DESTAVINCULOU LISTA

    ResponderExcluir
  3. Muito importante essa tomada de posição das mulheres policiais e bombeiros do Sergipe, que a exemplo de Minas Gerais escobriram que somente as mulheres podem defender seus direitos, tão peculiares que são. Nós da AMPROSEG-Associação das Mulheres Profissionais de Segurança Pública de Minas Gerais, nos colocamos à disposição para troca de experiências e apoio quando suas causas assim o exigirem. Pontuamos que a participação política foi o diferencial de nossa luta, e com ela conseguimos reaver alguns dos direitos perdidos e alcançar outros até então impossíveis. Ainda falta muito em nossa caminhada, mas chegamos lá. Não se esqueçam que o apoio de todas e a participação são primordiais para que consigam seus objetivos. Sorte!

    ResponderExcluir

Postagens populares