O texto deste mês do Blog Asprase Debate! foi escrito pelo ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, Coronel José Vicente, Coronel reformado da Polícia Militar do Estado de São Paulo. É um dos melhores textos já lidos pela equipe que compõem a Diretoria de Comunicação da Associação de Praças de Sergipe. Apesar de não defender diretamente a desmilitarização, e posteriormente, uma unificação entre entre as duas polícias, o texto caminha nesse viés, apresentando argumentos sólidos para tal. Pedimos que os policiais e bombeiros militares reservem uma pequena parte do seu tempo para a leitura deste esplendoroso artigo.
Segue o link para o texto:
Fundamentos para a reforma da Polícia - https://asprase.wordpress.com/2011/01/17/fundamentos-para-a-reforma-da-policia/
Trechos do artigo:
Nunca se investiu tanto nas polícias – efetivos, viaturas, armamento, equipamentos de rádio – como nos últimos 5 anos, particularmente nos anos de 2000 e 2001, com os repasses de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública. Nesse período houve redução da pobreza no País (queda de 63,18 milhões de pobres em 1990 para 50,23 em 1995 e 53,11 milhões em 1999, segundo o IBGE), o acesso de uma grande camada da população a bens de consumo melhorou a qualidade de vida, favorecendo as condições de contenção da criminalidade. Mas o modelo de duas polícias centralizadas e compartimentadas, numa estratégia passiva, tornou se uma armadilha que impediu a modernização policial e facilitou tanto o crescimento como a variedade do crime em quase todas as grandes cidades. A polícia tradicionalista em suas estruturas e processos operacionais passou a requisitar mais recursos para fazer mais das mesmas coisas e o crime só continuou crescendo muito desproporcionalmente às conhecidas mazelas sociais do País. Esforços suplementares de forças especiais e espetaculosas operações não trouxeram os resultados necessários.______________________________
A capacidade dos governos de investir no aparato policial está chegando ao limite e não há perspectivas de melhoria das condições fiscais dos estados para pagar mais efetivos, equipamentos e melhores salários. Os governos vivem sob uma tensão básica: há carência de recursos para atender ao excesso de demanda em todos os setores. Enquanto faltam aos governos condições para atender eficientemente a todas as demandas, sobram pressões para que a sociedade seja melhor atendida por organizações públicas extraordinariamente eficientes no uso racional dos recursos e eficazes na produção de resultados. É necessário que se aprenda, no âmbito governamental, aquilo que é oxigênio na iniciativa privada: produzir mais com o que se tem e, se possível, com a redução dos recursos. Para isso os remédios são assustadores para a burocracia governamental: inovação e reforma.
Apesar de o texto ser um pouco antigo, a problemática e dinâmica da questão ainda é a mesma. Esperamos que vocês desfrustem.
Para acessar a página oficial do Coronel José Vicente clique no seguinte link: http://www.josevicente.com.br/
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