O presidente da Associação de Praças Militares de Sergipe - Asprase - sargento Anderson Araújo, rebateu nesta manhã em entrevista concedida ao radialista Eli Augusto, da Rádio Liberdade AM, as declarações feitas pelo governador Marcelo Déda a respeito da mobilização dos policiais e bombeiros militares.
Araújo fez questão de enfatizar que em nenhum momento desde a primeira tentativa de diálogo com o governo, os militares se referiram a reajuste salarial. Para o presidente da Asprase, se o governador Marcelo Déda está pensando que os militares estão reivindicando reajuste salarial, esta é a maior prova de que pessoas do governo não estão dando a menor atenção aos pleitos da categoria, e muito menos passando as informações corretas ao governador.
Ele explicou que em abril as associações dos militares se reuniram no Palácio de Despachos com o subsecretário de relações com os Movimentos Sindicais, Chico Buchinho, e entregaram ao mesmo a pauta de reivindicações da categoria. "Na nossa pauta não havia pedido de reajuste salarial e o subsecretário sabe muito bem disso. Se o governador pensa o contrário é porque não lhe encaminharam nossas propostas, como foi prometido", declarou.
O sargento Araújo insistiu na afirmação de que o que os militares querem apenas que o governo dispense o mesmo tratamento aos integrantes da estrutura da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e que cumpra as promessas feitas à categoria como cumpriu o acordo feito com os delegados. "O governo já prometeu definir nossa carga horária, prometeu aprovar nossa Lei de Organização Básica (LOB) e afirmou depois de reeleito que estaria aberto ao diálogo com os militares, só que até agora nada disso saiu do discurso", reclama o presidente.
O presidente da Asprase entende que o governo tenta colocar os servidores públicos uns contra os outros, quando passa a ideia de que há servidores que estão "numa boa" e ainda estão reclamando, enquanto outros passam por dificuldades. "Queremos dizer que entendemos a situação dos servidores públicos que ainda não foram contemplados, mas é bom lembrar que isso não é culpa nossa, mas do próprio governo. Nós lutamos pra conquistar melhorias e apoiamos a luta de todas as outras categorias que se mobilizem, pois todos merecem o melhor, mas não vamos entrar nesse jogo de confronto, não estamos em uma rinha", disse Araújo. O presidente ainda arrematou: "Se o poço secou, com certeza não foram os servidores públicos que o esvaziaram".
Sobre a segurança durante os festejos juninos, garantida enfaticamente pelo governador que cogitou até mesmo recorrer a outras forças se necessário, o representante dos militares afirmou que a categoria não falou em paralisação das atividades. Ele afirma que o policiamento será feito normalmente, mas que os militares decidiram em assembleia geral que não trabalhariam mais em serviços extras nas horas de folga, mas somente nas suas escalas ordinárias. O protesto amparado pelo Regulamento Interno dos Serviços Gerais do Exército (RISG), tem como objetivo a negociação por parte do governo para que se definam a carga horária e a jornada de trabalho dos militares, além dos outros pontos de pauta.
Araújo espera que o governador Déda possa receber os militares para o diálogo como fez com outras categorias, e que as partes possam discutir as reivindicações apresentadas e chegar a um consenso.
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