Dr. André Luiz Rocha
Problemas como lombalgia [dor nas costas], lesão no joelho e inflamação no solado dos pés [esporão] estão na lista dos problemas mais procurados por policiais militares no Hospital da Polícia Militar, quando se trata de Ortopedia. Tal especialidade médica trata de doenças e deformidades dos ossos, músculos, ligamentos, articulações e diversos problemas relacionadas ao aparelho locomotor.
Alguns problemas podem ser evitados com simples dicas de prevenção. Em entrevista, o Drº André Luiz Rocha de Souza, especialista em Ortopedia e Traumatologia com atuação em cirurgia do pé e tornozelo, alerta a tropa para os principais problemas, soluções e atitudes preventivas que podem evitar problemas futuros. O Drº André Luiz é tenente da Polícia Militar do Estado de Sergipe e realiza atendimento no HPM desde 2006.
Ascom/PM: Quais os principais problemas dos policiais militares que procuram atendimento ortopédico no HPM?
Drº André Luiz: Problemas como lombalgia, lesão no joelho, fascite plantar, inflamação no solado nos pés [esporão] e problemas no ombro são os mais comuns. Mas o maior número de casos é a lombalgia, que pode ser gerada por conta de uma artrose, hérnia, dor muscular. Por conta da própria profissão, o policial militar acaba ficando muito tempo em pé. Além disso, há outros policiais que estão acima do peso e não praticam atividade física. Isso pode acarretar problemas, como as dores nas costas que aparentam não ter explicação. Cada caso é um caso.
Ascom/PM: Qualquer policial militar pode procurar atendimento no HPM, independente de ter Ipes ou plano de saúde particular?
AL: Sim, e isso é uma dúvida recorrente entre os policiais militares. A situação é a seguinte: em relação a atendimento, qualquer policial ou bombeiro militar – independentemente de plano de saúde ou mesmo o Ipes – pode agendar consultas para o HPM. Mas reforço que é preciso agendar, salvo em caso de uma emergência, a exemplo de um acidente.
Ascom/PM: Parentes de policiais militares que necessitam de atendimento ortopédico podem procurar o HPM?
AL: Apenas parentes como pai, filho, mãe e cônjuge. Mesmo assim, reforço a necessidade de agendar atendimento por telefone ou pessoalmente. Além disso, situações como traumas e fraturas expostas geralmente são encaminhadas para outro hospital, a exemplo do Hospital Primavera. O militar não precisa de plano de saúde para agendar atendimento, mas caso necessite de exames ou internamento, não há como proceder sem plano de saúde para acompanhar. Isso teria de ser de forma particular.
Ascom/PM: Acontece do policial militar sentir a dor e ficar guardando o problema?
AL: Sim, isso é muito frequente. Infelizmente muitos colegas sentem uma forte e constante dor no joelho, por exemplo, mas “guardam” a situação até o último momento. Um problema que poderia ser resolvido de maneira simples pode resultar na obrigatoriedade do militar passar por uma cirurgia. E isso deve ser a exceção. Tratamento com fisioterapia pode auxiliar bastante nesse processo. Como resultado do adiamento de um problema, muitas vezes o policial passa à condição de restrição médica ou mesmo para invalidez permanente junto à Polícia Militar. É preciso buscar auxílio ao sentir dores. O militar não deve encarar a dor freqüente como algo normal.
Ascom/PM: O uso diário do colete, coturno e escudo balístico pode gerar problemas ortopédicos?
AL: Sim, pode ocorrer. Cabe ao policial militar dosar cada atitude dele, praticar atividades físicas e ainda observar o próprio corpo. Cada caso é um caso, não há como generalizar em relação ao uso dos equipamentos. É preciso que o militar adquira o hábito de alongar todos os dias e controlar o peso. Estamos com muitos policias militares obesos e isso tem gerado sérios problemas, sobretudo lombalgia. Além disso, muitos sentem dores ao longo de um ano e somente depois buscam auxílio médico.
Ascom/PM: Em quais dias da semana e horários é possível agendar atendimento junto aos ortopedistas do HPM?
AL: O policial militar deve buscar o Ambulatório Médico, onde acontece a marcação de consultas para diversos especialistas que atendem no HPM. No caso específico de problemas relacionados à ortopedia, o HPM conta com apenas ortopedistas para atender a demanda. No meu caso, o atendimento acontece dias de segunda-feira pela manhã e dias de quarta-feira pela tarde. Porém, lembro que a consulta precisa ser agendada.
Ascom/PM: O HPM está preparado para realizar cirurgias de grande complexidade em relação a problemas ortopédicos?
AL: O HPM é um hospital de média complexidade. Assim, realizamos cirurgias mais simples e casos mais complexos são encaminhados a outros hospitais. O HPM é um hospital público e conta com um orçamento previsto para a realização de suas atividades. Então pode ocorrer de estarmos sem placa, parafuso ou materiais necessários para a realização de alguma necessidade mais complexa por parte do paciente. Nestes casos, ocorre o encaminhamento a outro hospital, a exemplo também da urgência do Ipes.
Ascom/PM: Quais as principais necessidades atuais do setor de ortopedia do HPM?
AL: Precisamos de uma sala específica de gesso e curativo, aumento do efetivo dos médicos ortopedistas e fornecimento do material de osteossíntese. Essas são as mais importantes neste momento. Mas mesmo assim, estamos com uma média semanal de 70 atendimentos, entre meus pacientes e os do outro colega, o Drº Kleberton [ortopedista e tenente da PM].
Ascom/PM: Se o policial militar tem problema de inflamação no solado dos pés [esporão], que tipo de atividade física deve praticar? Esporão tem cura?
AL: Esporão tem cura sim. Cada caso é um caso, e o militar que estiver passando por esse problema deve imediatamente procurar auxílio médico. Com relação à atividade física, sugiro que o policial agende antes um cardiologista [especialidade também encontrada no PM] para não correr o risco de enfartar se realizar algo que o organismo não tem condições de suportar. No caso específico de pacientes com esporão, sugiro uma atividade sem impacto, a exemplo de ciclismo. Se for lombalgia, alongamento e academia são recomendados. Mas repito: é importante buscar auxílio médico antes de tomar qualquer decisão sobre o assunto, pois cada caso é um caso.
Quer agendar uma consulta no HPM?
Atualmente, o HPM conta com profissionais – militares e civis – nas especialidades de angiologia, cardiologia, endocrinologia, clínica médica, ginecologia, pediatria, cirurgia geral, dermatologia, ortopedia, oftalmologia, urologia, psicologia, gastroenterologia, otorrinolaringologia e odontologia.
Para agendar uma consulta, o policial ou bombeiro militar, deve passar por um pequeno e rápido processo. A explicação é de Ana Lúcia Santos, técnica de enfermagem que há 23 anos trabalha no HPM. “A Direção Clínica do HPM nos passa uma escala de atendimento de todos os especialistas e realizamos o agendamento dentro de cada mês. Então, por exemplo, para os policiais que desejarem marcar consulta para o mês de setembro com qualquer médico do HPM, o agendamento começa dia 29 de agosto”, explicou Ana Lúcia.
Para marcar consultas, o policial militar deve comparecer presencialmente ao HPM ou ligar o telefone (79) 3234-1846, de segunda à sexta-feira, de 7 às 11 horas. Cada especialista realiza 20 atendimentos por semana, além dos retornos. No caso específico do ortopedista, ainda existe o número (79) 3234-1854. Além de Ana Lúcia, mais duas pessoas trabalham no Ambulatório Médico, com o intuito de atender ao público que deseja agendar uma consulta médica.
“Os policiais militares que moram/trabalham no interior sergipano têm preferência na marcação, pois ainda são poucos que agendam e sabemos das dificuldades encontradas por eles para efetuar o deslocamento até o hospital. Mas todos os policiais e bombeiros militares são muito bem vindos no Hospital da Polícia Militar, tanto da capital quanto do interior”, finaliza bastante receptiva a técnica de enfermagem Ana Lúcia Santos.
Fonte: PMSE
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