Familia contrata funerária para resgatar corpo no Santa Maria
Rabecões quebram e são guinchados (Fotos: Cássia Santana / Portal Infonet)
Torna-se cada vez mais complicado o gesto de remover corpos em Sergipe. As viaturas do Instituto Médico Legal (IML) sempre estão com defeito, causando sérios transtornos à população. No domingo, 30, seis corpos deram entrada no Instituto Médico Legal (IML), alguns foram resgatados por funerárias devido a problemas mecânicos apresentados nas viaturas do IML. Nesta segunda-feira, 31, duas viaturas foram guinchadas do IML e levadas para a oficina mecânica autorizada para os devidos reparos.
O diretor do IML, Raimundo Melo, admite os problemas, mas não caracteriza os defeitos nos veículos como consequência de um suposto sucateamento da frota. Ele informou que as famílias que tiveram que contratar funcionárias para resgatar os corpos nos locais das ocorrências não deverão assumir o ônus. “Basta a família apresentar a fatura indicando que o corpo foi resgatado no local para encaminhar ao IML que ela será ressarcida”, orienta o diretor. “A família não pode pagar pela falta do Estado”, diz.
A frota do IML é composta por cinco viaturas, uma das quais capotou durante uma operação de resgate de um corpo em Neópolis e acabou sendo retirada de circulação: perda total. Atualmente, são quatro viaturas. Uma velha, que só atua na capital e as outras duas são as mais novas, justamente as que quebraram no domingo, 30, em plena atividade. Uma quebrou a caminho de Neópolis, onde resgataria o corpo do garotinho Juan Pablo Santos Sena, de 9 anos, vítima de afogamento no Platô de Neópolis.
E a outra viatura também apresentou problema quando retornava do povoado Saco Encantado, em Salgado, em operação de resgate do corpo do jovem José Ronaldo dos Santos, 27, assassinado a facadas. As famílias entraram em desespero com a morosidade para fazer o resgate dos corpos. “O corpo já estava na viatura do IML quando o veículo apresentou o defeito e não íamos admitir que o veículo fosse guinchado com o corpo dentro da viatura, então autorizamos a funerária para trazer o corpo até ao IML”, informa o diretor Raimundo Melo.
Por volta das 18h30, o IML recebeu chamado para resgatar o corpo do jovem Edivaldo Silva Fagundes, 28, assassinado a tiros no bairro Santa Maria. A família também enfrentou dificuldade e, da mesma forma, teve que acionar uma funerária para remover o corpo do local. “Senão, estaria até agora lá estirado no chão”, lamenta a costureira, Neide Rosa, madrinha da vítima. A funerária conseguiu fazer o resgate por volta das 23h30 e o corpo só chegou ao IML 1h30 da madrugada desta segunda-feira, 31. “É um absurdo, uma falta de respeito. Na hora de cobrar os impostos tudo é muito fácil”, desabafou o mecânico Thiago Rodrigues, padrasto da vítima.
O sofrimento da família foi acompanhado também pelos funcionários da Funerária. “Foi muito difícil. Como o carro do IML estava quebrado, a família nos chamou para fazer a remoção do corpo”, conta o motorista Djenal Rodrigues dos Santos Filho. O corpo de Edivaldo foi liberado para sepultamento na manhã desta segunda-feira, 31.
Licitação
O diretor do IML, Raimundo Melo, considera normal o fato das viaturas apresentarem problemas. “Os carros quebram porque trabalham e são máquinas”, justifica. Ele informou que os defeitos em ambos os veículos aconteceram por coincidência no domingo, 30, consequência do acesso aos locais onde os corpos foram resgatados. “As nossas viaturas entram em local que nem trator entra”, compara. “Mas não há sucateamento da frota e não é por falta de manutenção. Para se ter ideia, até o guincho teve dificuldade para chegar ao local onde nossas viaturas estavam”, garante.
Para evitar novos transtornos, o IML, segundo o diretor, já requisitou a locação em caráter de urgência de um veículo adaptado, que atuará até a conclusão do processo de licitação das duas novas viaturas. A licitação foi iniciada e já está em fase avançada, conforme assegurou. Serão viaturas com capacidade para fazer o transporte de seis corpos, cada uma. As duas atuais têm capacidade para quatro corpos.
Por Cássia Santana
Fonte: Infonet
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